Raros são os momentos em que falo do Arctic Monkeys sem me lembrar da frase “ame-o ou deixe-o”. Acredito que a banda seja uma daquelas que são capazes de estampar esse “rótulo” em cada uma de suas músicas e, principalmente, faz com que seja difícil alguém “ouvir por ouvir” tudo aquilo que a banda fez até hoje.
A minha relação com a trupe de Alex Turner começou em 2006, poucas semanas depois do lançamento de seu debut, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not. O disco saiu em janeiro daquele ano e não precisou de muita coisa para que me fizesse gostar da banda logo de cara. Aliás, acredito que os primeiros acordes de “The View From The Afternoon” foram mais do que suficientes para catapultar a banda para a minha lista de favoritas na época.
Dá primeira audição até a ansiedade pela terceira visita ao Brasil – a primeira que verei de perto, se passaram oito anos. Nesse tempo, segui acompanhando cada álbum, cada single e esperando pelo dia de ver este show de perto, até que, na madrugada do último dia 23 de julho, ficou decidido que a terceira visita da banda não ia passar em branco. A apresentação de São Paulo estava garantida naquela madrugada.
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Não é preciso muito para perceber, nos citados oito anos, todo o crescimento e amadurecimento do Arctic Monkeys. Se ainda existem dúvidas, isso poderá ser resolvido indo ver a banda ao vivo em São Paulo ou no Rio de Janeiro, no mês que vem. Apesar disso, o sentimento mais legal é o de comparar as características da banda nas passagens pelo Brasil. Daquela primeira visita, no Tim Festival de 2007, talvez tenha sobrado ao Arctic Monkeys hoje um pouco daquele espírito eletrizante de músicas como “Brianstorm”, “I Bet You Look Good On The Dancefloor” ou “Fake Tales Of San Francisco”. Daquele ponto em diante, se essa eletricidade se perdeu, o que se viu foi um ganho enorme em qualidade ao decidir explorar novos caminhos e estilos, sem perder a essência que faz parte do DNA da banda de Turner, Matt Helders, Nick O’Malley e Jamie Cook, a qualidade das composições.
Esse crescimento do Arctic Monkeys ficou claro para os brasileiros na segunda visita, como atração do Lollapalooza de 2012 e, depois, com o lançamento de AM, no ano seguinte. O disco não é tão direto como os dois primeiros, mas também não tão experimental como os dois últimos. Graças a “Do I Wanna Know?”, a banda voltou a emplacar um grande sucesso – não que músicas anteriores não tenham sido, que fique claro – e reconquistar aquele fã desconfiado.
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Existem bandas que, por mais que eu goste, me dou por satisfeito por ter visto um show e, a menos que a oportunidade bata a porta, não passa pela cabeça presenciar novamente. Isso é algo que, mesmo antes de “perder a virgindade”, não acontece com o quarteto. Por mais que seja a primeira vez, ver o Arctic Monkeys ao vivo daqui a algumas semanas não seria a mesma coisa de 2007 ou 2012. E, pelo que podemos acompanhar da banda, também não será a mesma coisa daqui a três ou quatro anos. Talvez isso explique a grande procura dos fãs pelos ingressos logo na abertura das vendas.
Se você não garantiu o seu ingresso, agilize e corra atrás do seu o quanto é tempo. Seja em São Paulo – dia 14, na Arena Anhembi – ou no Rio de Janeiro – dia 15, no HSBC Arena, o importante é bater ponto e ver esse show de perto. Até porque, além dos Monkeys, você ainda pode ver o – sempre excelente – show do The Hives.
Não dá para perder, né?
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