Certa vez, Humberto Gessinger declarou em uma entrevista carinho incondicional por Belo Horizonte e tal ligação foi determinante na escolha da cidade para a gravação do seu novo DVD, o primeiro na carreira totalmente solo do cantor. Com repertório baseado no álbum Insular, Gessinger levou ao palco do Chevrolet Hall a turnê de mesmo nome com o intuito de deixar eternizado um espetáculo cheio de hits e momentos marcantes.
Para quem nunca foi a um show dos Engenheiros do Hawaii, se deparou com um repertório “das antigas”, com pelo menos dois terços de seu conteúdo dedicado a banda e pôde ter o gostinho do que poderia ser uma apresentação com os seus respectivos integrantes. As canções de insular ficaram até um pouco irrelevantes em meio a tantos sucessos, mas elas não foram tratadas desta forma pela plateia que sabia cada linha de todas as músicas na ponta da língua e se conectava com Humberto de forma intensa. Gritos com o nome do artista eram mais do que comuns entre uma música e outra e Gessinger agradecia o carinho na mesma medida.
Acompanhado de apenas dois músicos, Rafael Bisogno na bateria e Rodrigo Tavares (ex-integrante da banda Fresno) na guitarra, os artistas formaram um belo power trio e fizeram uma viagem pela carreira de Humberto com canções como “Ilex Paraguariensis”, “Surfando Karmas e DNA”, “Piano bar”, além dos melhores números da noite que ficaram por conta de “Terra de gigantes” e “Somos que podemos ser”, tocados por Gessinger no acordeon, “3×4” e “Pra ser sincero” que ficou marcada com os fãs cantando os versos finais com toda a força possível. Para não fazer injustiça ao álbum insular, suas músicas também abrilhantaram a noite com a platéia cantando em alto e bom som e se divertindo como nas performances de “Sua graça”, “A ponte para o dia” e “Tchau radar, a canção”, essa última apresentada em dueto com Tavares.
Algumas músicas precisaram ser repetidas para a garantia de uma gravação perfeita do DVD e Humberto teve a preocupação de não cansar a plateia refazendo os números e intercalando com canções que ainda não haviam sido tocadas. Inclusive, até atendeu a um pedido do público e apresentou a música “Violência”, que não estava prevista no set, e deixou a platéia extasiada. Certamente seria um presente para os fãs se esse momento entrasse na edição final do registro, nem que seja como um extra.
Não há coisa melhor que um show em que o artista divida seu brilho com a plateia e esse adjetivo foi o que não faltou na apresentação de Humberto na capital mineira. Não é à toa que a mesma turnê estreou na cidade e agora ganhou esse presente com a gravação. A boa receptividade, já característica do mineiro, encantou Gessinger e quem ver o DVD provavelmente vai poder sentir um pouco dessa energia e curtir cada minuto como se estivesse participado em carne e osso dessa noite. Um registro que promete.
Setlist
Até o Fim
Armas Químicas e Poemas
Tudo Está Parado
Bora
Ilex Paraguariensis
Surfando Karmas & DNA
Eu Que Não Amo Você
Insular
Ando Só
Sua Graça
A Revolta dos Dândis I
A Ponte Para o Dia
Terra de Gigantes
Somos Quem Podemos Ser
Nuvem
Piano Bar
Dançando no Campo Minado
3×4
Tchau Radar, a Canção
Pra Ser Sincero
O Exército de Um Homem Só I
Dom Quixote
Refrão de Bolero
Violência
Infinita Highway
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Fotos: Helen Melo / Audiograma