Após a vitória no American Idol na temporada 2011, muitos depositavam em Phillip Phillips a esperança de que o programa, depois de alguns anos, entregaria ao grande público um nome capaz de corresponder as suas expectativas. Outros encararam o rapaz como “mais um cara com um violão na mão” e as comparações com nomes como John Mayer ou Jason Mraz se tornaram inevitáveis.
Após o lançamento de The World From The Side Of The Moon, das mais de 270 mil cópias vendidas em sua semana de lançamento e, principalmente, com o single “Home” rodando o mundo, percebeu-se que Phillip era bem mais que “um cara com um violão que vem de um reality”. Agora, com o terreno mais preparado, o músico acaba de lançar o seu segundo álbum e Behind The Light chega com a missão de apresentar as pessoas o que se passa realmente pela cabeça de Phillips, algo não revelado no primeiro álbum.
Produzido por Phillips, Derek Fuhrmann e Gregg Wattenberg, Behind The Light é um álbum ambicioso e mostra isso desde o seu início com “Searchlight”. A faixa abre o álbum deixando dois elementos do disco anterior já evidentes: O vocal sincero de Phillip aliado a uma pegada instrumental vibrante. Um desperdício se não for single, diga-se de passagem.
Como diria um cantor brasileiro, “Searchlight” joga o clima lá no alto para o que vem a seguir, que é o primeiro single do álbum, “Raging Fire”. Com uma letra sobre “encontrar o amor”, a música traz uma melodia cativante aliada a um refrão explosivo. Desde a primeira vez que ouvi, fiquei com “Viva La Vida” na cabeça. Não que elas sejam iguais, mas é quase impossível ouvir “Raging Fire” e não imaginar um estádio lotado, assim como acontece com a música do Coldplay.
“Trigger” deixa o clima de estádio de lado. É uma música mais angustiante, que me lembrou bastante o Matchbox Twenty em alguns momentos, principalmente em suas transições para o refrão. Talvez seja uma das músicas que mais difere do que estamos acostumados a ouvir de Phillip mas, em contrapartida, acentua bastante os seus vocais.
“Alive Again” é outra música de qualidade do álbum e também carrega consigo a formula de estádio apresentada em “Raging Fire”. Assim como “Searchlight”, tem grandes chances de se tornar single. Músicas como “Lead On”, “Open Your Eyes”, “Fool For You” e “Unpack Your Heart” se encaixariam perfeitamente no primeiro álbum de Phillips, enquanto “Thicket” remete bastante a admiração do músico por Dave Matthews.
De todos os experimentos, “Fly” é aquela que soa mais estranha. A exemplo de “Trigger”, ela revela um outro lado do músico e, se podem parecer positivas essas variações musicais, “Fly” me parece perdida dentro das quinze músicas de Behind The Light. Ela pode ser encarada como o maior exemplo da busca de Phillip por expandir o seu som e tentar fugir da “formula do sucesso” que ele encontrou desde o American Idol mas, ao meu ver, não foi uma aposta acertada.
Todos sabemos que o músico conhece bastante a formula que o tornou conhecido e que ele poderia ter seguido o fluxo e feito um álbum semelhante ao The World From The Side Of The Moon mas, se algumas músicas de Behind The Light ainda parecem “mais do mesmo”, percebe-se que Phillips tem personalidade suficiente para “sair da caixa” e moldar o seu som.
Entre alguns erros e muitos acertos, podemos constatar uma evolução positiva que, se continuar a fazer parte de sua carreira, pode render frutos ainda melhores no futuro.
Phillip Phillips – Behind the Light
Lançamento: 16 de maio de 2014
Gravadora: Interscope / Universal Music
Gênero: Pop Rock / Folk Rock
Produção: Phillip Phillips, Gregg Wattenberg e Derek Fuhrmann
Faixas:
01. Searchlight
02. Raging Fire
03. Trigger
04. Lead On
05. Alive Again
06. Open Your Eyes
07. Fool for You
08. Thicket
09. Fly
10. Unpack Your Heart
11. Face
12. Midnight Sun
13. My Boy
14. Don’t Trust Me
15. Armless Crawler
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=aXRODrspQpc[/youtube]