Justin Timberlake pisou no Brasil com o N´Sync na terceira edição do Rock in Rio, em 2001. De lá pra cá, sempre surgiam boatos de que o cantor voltaria para apresentar aos fãs sua elogiada carreira solo, mas seus trabalhos no cinema acabaram “atrapalhando” o lado musical e Timberlake passou bons anos se dedicando quase que exclusivamente aos filmes. Sorte de uns, azar de outros. O importante é que Justin Timberlake foi responsável pelo melhor show do primeiro final de semana do Rock in Rio, de 2013.
Com um repertório formado apenas de hits, sem espaço para músicas chatas ou conversa fiada, o marido da Jessica Biel colocou a Cidade do Rock para dançar sem espaço (ou motivo) para sentir vergonha. Quem se espremia na grade ficou sem espaço para ensaiar os movimentos sensuais que a música do cantor pedia. Sorte de quem ouvia (pois observar show pelo telão é deprimente) o show de longe e tinha como ser feliz de verdade. Afinal de contas, vamos combinar, o Justin não vai mudar a vida de ninguém, não é um daqueles shows que você precisa assistir para ser feliz, mas hoje em dia não existe mais nenhum outro homem capaz de emular o Michael Jackson. Somando a qualidade de suas músicas, o seu charme e talento, e uma produção pesada com uma banda incrível, é pelo menos uma garantia de entretenimento de primeira qualidade.
Durante mais de uma hora e meia, Timberlake mostrou como é que se faz um show divertido e que, surpreendentemente, será inesquecível para muita gente. “Like I Love You” foi a primeira das 20 canções. “My Love” foi tocada logo depois, sem espaço para o público respirar. “Cry me a River” deu demonstrações de que o show não seria exclusivamente baseado nos passos coreografados do cantor. Os solos de guitarra devem ter assustado aquelas pessoas distraídas que achavam que iriam assistir a uma apresentação bundona. A banda de Justin Timberlake foi o ingrediente principal da bem sucedida apresentação e roubou a cena. Um dos melhores momentos foi a cover de “Need You Tonight”, do Inxs. Parte do público ficou cansado com o ritmo do show, que realmente surpreendeu pela qualidade da banda (e o tempo em que os músicos se divertiam tocando funk, samba, salsa, rock, pop e tudo mais), e muitos foram embora antes do final. Culpa da organização, que acreditou que o público realmente ficaria até depois das 2h da manhã de uma segunda-feira na Cidade do Rock, que fica extremamente longe de toda a civilização carioca. “What Goes Around…Come Around” recebeu uma versão cover, bem parecida com aquela que Marilyn Manson regravou anos atrás. O encerramento ficou com uma versão arrasadora de “Sexyback”, com arranjos diferentes (e bem pesados) na intro.
Justin brilhou ao evitar bancar o babaca brega e passear com a bandeira do Brasil pelo palco. É absolutamente irritante essa necessidade que certos artistas têm de usar golpes baixos para garantir ainda mais aplausos do público. De todos os shows do final de semana, Justin pode comemorar não apenas ter feito o melhor deles, mas também ter sido dos poucos que se preocupou apenas com o seu trabalho. Muito bem feito, diga-se de passagem.
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Foto: Divulgação / Facebook Rock In Rio