Close to the Edge é o quinto álbum de estúdio da banda e, sem dúvidas, o álbum mais aceito do Yes no meio da cena do rock progressivo. Close to the Edge é um álbum conceitual que fala em foco, sobre a plenitude espiritual, o álbum é inspirado no romance do escritor alemão Hermann Hesse chamado “Siddharta”, publicado em 1922.
O álbum também marca a saída do baterista Bill Bruford que, em junho de 1972, logo após o término das gravações do álbum, deixou a banda para tocar no King Crimson, tendo sido substituído por Alan White. A capa foi criada por Roger Dean, o mais importante capista progressivo de todos os tempos. Em termos de vendas, obteve grande sucesso, atingindo pelo menos o 6º lugar nos EUA e o 9º na Inglaterra.
“Close to the Edge” sem duvida é o ápice do álbum. Ela retrata muito bem o movimento progressivo dos anos 70. Essa obra prima é divididas em quatro partes que contam a história de um jovem pensador em sua busca pelo estados em que a mente humana se encontra absolutamente completa e plena. A viagem da música começa em uma intro bem psicodélica, com barulhos de sinos, água correndo e passarinhos cantarolando que fazem qualquer um viajar e pensar o que se passa por trás daquela canção. Steve Howe e Rick Wakeman também faz solos de rasgar os tímpanos, que fazem diferença no decorrer da música.
Eu costumo dizer que essa música é meia bipolar, porque tem horas que ela estão um rockão e outras um pouco mais melódicas, como na parte do “Get Up, Get Down”. Jon Anderson é marcado como letrista nessa música, ele consegue descrever em quase 19 minutos um livro inteiro. Essa música conseguiu abalar todos os pilares do Rock Progressivo e foi considerada a bíblia do rock progressivo.
“And You And I” nada mais é que um poema transformado por Jon Anderson em canção, que fala sobre os dois lados do amor, tanto sentimental como o espiritual. Ela fala sobre um individo que a partir do momento em que ele descobre o seu “eu”, ele passa a ver a existência de um além consciente. Eu não consigo ouvir essa música e não me emocionar ou ficar comovido. De qualquer forma, não há dúvidas de que temos uma história de amor narrada entre dois personagens, sendo ele um central que parece ser o que falece, e tenta consolar ao outro dizendo basicamente que um dia eles irão se encontrar, tentando afagar a dor de uma perda depois de muitos anos vivendo juntos, e que somente me fez sentido quando eu consegui atingir a maturidade que a canção prega no decorrer de sua letra, tão simples, singela e fantástica como a maioria das letras do Yes nessa época.
“Siberian Khatru” é a faixa final do álbum, a mais curta e também considerada pelos fãs a mais fraca do álbum. O título dessa música é até hoje objeto de controvérsia entre os fãs. Uma vez perguntada, a banda disse para interpretar Siberian Khatru como quisermos. Essa canção é marcada por um dos melhores solos que o Steve Howe já fez.
Em resumo, Close To The Edge é um disco que merece ser aclamado como obra-prima dignamente e é uma grande influência para o Rock Progressivo. Mesmo que as letras sejam grandes maluquices, com temas como sonho e espiritismo, elas são ótimas e infelizmente soam aquilo que o Punk Rock lutou contra, e venceu: O elitismo que Rock Progressivo possuía e ainda possui, o que é uma pena.
Seria muito mais interessante termos bandas com influências mais visíveis do Rock Progressivo do que aquele simples Rock de três acordes que aparentemente qualquer um pode fazer. Rock Progressivo, apesar do endeusamento em seus músicos, era, e ainda continua sendo, um gênero riquíssimo e que traria muitas influências positivas a futuros músicos, que faria com eles se esforçassem mais para criar aquilo que os seus ídolos criaram, pelo menos é o que eu acho.
Yes – Close to the Edge
Lançamento: 15 de setembro de 1972
Gravadora: Atlantic Records
Produção: Yes e Eddie Offord
Faixas:
1. Close to the Edge
2. And You And I
3. Siberian Khatru