Apesar de todos os anos o Planeta Terra trazer bandas que eu pagaria para ver se o show acontecesse em minha cidade, nunca antes tinha me animado a viajar para curtir o Festival. Até este ano quando a mistura de Suede, Garbage (foto), Kings of Leon e alguns amigos me animaram a colocar a mochila nas costas e ir ver o que o famoso Planeta Terra tinha para oferecer.
E posso dizer, com certeza, que não me arrependo nem um pouco. Já tinha ouvido falar sobre a organização e o público diferenciado, mas uma coisa é ouvir falar outra é ver com os próprios olhos. Shows começando no horário certo, palcos pertos – mas não o suficiente para que o som vazasse de um para o outro -, banheiros, postos de atendimento, caixas e stands de comida e bebida bem localizados e suficientes, pessoas da organização para prestar qualquer tipo de assistência, lojinhas e lanchonetes aceitando cartões, poucas filas… E o público? Educação realmente define. Nada daquele empurra-empurra, nada de pessoas colocando a câmera na sua cara e te atrapalhando a ver o show. As pessoas realmente estavam ali para assistir e curtir os shows de suas bandas preferidas. O que, convenhamos, deveria ser o normal em qualquer show!
Bem, por causa de alguns imprevistos pessoais, acabei chegando ao Jockey no final do show da Mallu Magalhães, mas com tempo suficiente para ver o quanto ela estava curtindo estar de volta ao festival e o quanto ela amadureceu musicalmente. Aliás, o curtir foi algo visível na maioria das bandas. Parecia mais uma reunião de amigos, onde aquele grupo formado pela turma do colégio faz um som. Eu realmente fiquei com vontade de ter chegado mais cedo para poder assistir o show completo.
Já que Mallu estava no fim, demos uma passeada pelo jockey, vendo o que o Terra tinha para nos oferecer e fomos curtir o Little Boots. Impossível ficar parado com a animação da vocalista Ivana. Um show para fãs, já que o Little Boots não emplaca um grande sucesso há um tempinho.
O início do show do Beast Coast nos levou novamente para o palco principal. E o show claramente pode ser dividido entre antes e depois do sol. Depois de muita chuva, o sol escolheu justo o momento da banda californiana para surgir, deixando a vocalista super animada, mudando o tom do show. Com um que de rock dos anos 90, a banda conseguiu envolver o público. Show com cara de uma tarde de festival e uma grata surpresa. Para mim, que não conhecia a banda, foi a grande surpresa do festival, a banda que me fez chegar em casa e ir procurar algumas músicas para poder ouvir e conhecer mais.
Vi pouco do Maccabees, já que aproveitamos o momento para descansar e carregar as energias, afinal faltava pouco para as bandas que eu mais queria ver.
Os britânicos do Suede (foto) não decepcionaram os fãs que optaram por ficar em frente ao palco principal ao invés de irem para o Indie ver a Azealia Banks, que, segundo alguns amigos, também fez um showzaço. Emendando um sucesso no outro, a banda veterana pouco falou, mas o vocalista ainda arriscou alguns ‘obrigado’ entre uma música e outra. Sem perder o pique nem uma vez, a banda fez parecer que estávamos novamente nos anos 90, em uma casa de shows da Inglaterra.
Se houve um consenso no Planeta Terra este é de que o Garbage foi o melhor show do Festival. Em sua primeira passagem pelo Brasil, Shirley Manson e companhia se mostraram super simpáticos e pareceram querer compensar o tempo perdido. Como havia prometido, o grupo não deixou de fora seus antigos sucessos, como “Stupid Girl”, e “Only Happy When it Rains”, nem canções do novo disco como “Control”. Se o Garbage não decepcionou, o público também fez seu papel, cantando e interagindo com a banda do início ao fim.
Ao fim do show do Garbage, muitas pessoas se dirigiram para o palco Indie para a apresentação do Gossip, banda que já cancelara duas vezes suas apresentações no Brasil e ainda deu um susto na produção ao saír mais tarde do que o previsto de Buenos Aires, onde havia se apresentado antes. Mas eu só sairia da frente daquele palco após ver a volta aos palcos dos irmãos e primo Followill. Depois de não ter podido ir aos dois shows anteriores do Kings of Leon no Brasil, ali estava eu, finalmente. E apesar de muitas pessoas terem dito que o show foi morno, ver o Kings ao vivo e ainda por cima tocando “Notion”,“Pyro” e “Closer”, foi o fechamento, com chave-de-ouro de uma tarde/noite incrível.
.
Veja o Garbage cantando “Only Happy When it Rains”:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=lgcpjZsOk3I[/youtube]
.
Fotos: Ricardo Matsukawa/Terra (Garbage e Suede) || Daniel Ramalho/Terra (Destaque)