Há alguns anos, em 2009 para ser mais preciso, tive a oportunidade de ver a Alanis de perto. Era a primeira oportunidade de cantar hits como “Ironic” ao vivo e, talvez por isso, aquele show faça parte da minha memória até os dias de hoje.
Pouco mais de três anos depois, Alanis volta ao mesmo Chevrolet Hall, apresentando dessa vez o seu mais recente álbum Havoc and Bright Lights, lançado oficialmente nesse mês.
Se o carro-chefe do álbum, “Guardian”, já tá na boca dos fãs, o que se pode ver em um Chevrolet Hall parcialmente cheio (e com um público menor que o do show de três anos atrás, pelo menos pelo menos foi a impressão que me causou) é que Alanis se mantém a mesma em cima do palco, com sua aparente “inquietação”, seu poder vocal e, principalmente, suas músicas que embalam gerações.
É, Alanis já tá alcançando a sua terceira geração e parece que o tempo não a fez mal algum. A cantora vai trazendo novos fãs para o seu rebanho sem deixar de dar atenção a aqueles que a acompanham desde os anos noventa e, como todo mundo sabe, são poucos os artistas que conseguem isso. Andando pela casa, passei por várias pessoas que já cantavam as novas músicas com uma propriedade que, sinceramente, eu não esperava. Para esses, parecia que o CD já estava disponível a meses.
Apesar disso, as músicas antigas ainda ditam o ritmo de um show e, a excessão de “Guardian”, a maioria do público só se manifestou nos hits. Músicas como “You Oughta Know”, “You Learn”, “Ironic”, “Hands Clean”, “Head Over Feet”, “Right Through You” e “Untitled” acabaram sendo os grandes destaques de uma apresentação coesa, madura, “dark” em alguns momentos e, acima de tudo, de enorme qualidade.
Para fechar o show, nada mais apropriado do que “Thank You” e o sentimento de que, mesmo que o show tenha sido de muita qualidade – algo normal, quando se trata de Alanis Morissette – ficou faltando um “algo a mais” de quem se propôs a ver a canadense de perto.
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Fotos: Polly Rodrigues