O Audiograma esteve presente no Digitalia Festival/Conferência de Música e Cultura Digital que aconteceu em Salvador-Bahia entre os dias 1° e 5 de fevereiro. Em meio ao motim da polícia baiana, a conferência discutiu os 10 anos da música on line e suas consequências no mundo da música e da cultura digital.
Em meio as sonoridades de vielas, Pelourinho, praias e monumentos ocorreram discussões das mais diversas desde de modos de distribuição do conteúdo digital, pirataria, utilização de softwares livre e mídias sociais. Entre vários debates alguns chamaram mais a atenção:
- A busca de visibilidade de produtores e artistas que estão a margem das grandes mídias e encontram na web o seu grande palco. Bandas e artistas se tornam visíveis ao público tendo um retorno imediato do seu trabalho.
- A temporalidade causada na web, onde tudo está disponível a qualquer momento, se tornando uma grande linha do tempo, onde tudo está ligado a apenas um link.
- A economia que se forma na grande rede, com trocas de experiências e dinâmicas, pautadas em políticas próprias de coletivos, grupos e sociedades organizadas.
- Estações de músicas que possuímos conosco e carregamos para todos os lugares, nas quais compartilhamos nossas experiências musicais.
- As tecnologias sejam softwares livres ou equipamentos que possibilitam seus usuários se tornarem ouvintes, produtores, servidores da cultura.
O Digitalia trouxe a reflexão a forma na qual consumimos a música em meio a cultura digital, as mídias sociais e a mobilidade proporcionada por meio de equipamentos ou aplicativos.
Em meio aos sons que emergem de Salvador, presenciamos uma erupção da cultura, um verdadeiro contraste da cultura enraizada na cidade desde sua fundação à tecnologias de tocadores de MP3 e celulares. Batuques e tambores se misturam a compactação e cartões de memoria.
O contraste está em cada esquina, em cada viela em cada cidadão comum que viu ao passar do tempo seu cotidiano sendo alterado com o tempo. Um recorte podemos fazer está em uma loja de esquina. A loja de música que também é uma livraria, está anexada ao museu da música. Que por sinal está próxima a escola do Olodum e o que está loja tem de especial? Seu acervo é de dar inveja, LP’s dos mais raros com gravações clássicas e artistas dos mais diversos. E entre livros e LP’s encontramos no fundo da loja CD’s de artistas consagrados e independentes, coletâneas e gravações dos grandes festivais. E o que mais me chamou a atenção foi um PC e nele estava ligado o iTunes e seu grande acervo online. Musicas e mais músicas todas separadas a um toque. E em outra aba aplicativos como Rdio.
Na aparente loja de música, na verdade era um verdadeiro museu da música. Em poucos passos percorre estágios da música e suas aplicações. As possibilidades e encontros que ela proporciona, há e antes que me esqueça o jovem vendedor era Dj nas horas vagas.