São vários os motivos que me fazem ver um show da Maria Gadú como algo especial, apesar de não ser um dos grandes entusiastas de seu trabalho. Nos últimos anos, tive a chance de ver a cantora por duas vezes e, em todos os casos, ela acompanhava outros artistas nas apresentações.
Foi assim com a Vanessa da Mata no projeto Mulheres Brasileiras (que em Belo Horizonte contou também com a Fernanda Takai) e com Caetano Veloso.
Desde que fui apresentado a “Shimbalaiê”, sempre pensei nas músicas da Maria Gadú como coisas para se ouvir no aconchego do lar, naqueles momentos típicos descritos por suas letras, mas não me via – até então – motivado a ver um show solo. Possivelmente, esse pode ter sido o grande motivo que me fez conferir desta vez a passagem de Gadú por Belo Horizonte, na última sexta.
Em uma apresentação coesa para um Chevrolet Hall parcialmente cheio (não tanto o quanto esperava), a cantora brindou os presentes com seus sucessos, versões de músicas como “Ne Me Quitte Pas” e “Lanterna dos Afogados”, sua bela voz e seu jeito moleca.
Pontos que conquistaram ainda mais um público já fiel e praticamente incapaz de se decepcionar com o que via, principalmente este em especial, que esperou desde maio (quando o show foi adiado) por esta apresentação.
Se o Chevrolet não estava lotado, os presentes conseguiram suprir essa “falta” cantando e dançando cada música do início ao fim e correspondendo ao trabalho feito por Gadú, sua competente banda e por seu convidado Leandro Léo, que participa do DVD Multishow Ao Vivo da cantora e deu o ar da graça na apresentação mineira, cantando algumas solo e outras músicas acompanhado da cantora.
Boa parte deste texto eu escrevi das cadeiras do Chevrolet, durante o show. Por diversas vezes já saí de um show com o texto na cabeça, mas nunca a ponto de começar a escrever ainda com o show acontecendo.
Ao final do show, ficou clara a sensação de que, se você gosta do que a Maria Gadú tem a oferecer, a apresentação tem – e muito – o seu valor. E vale cada centavo gasto, experiência própria.
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Fotos: Polly Rodrigues