Escrever sobre um show do Foo Fighters ocorrido há mais de 10 anos é uma coisa deprimente, mas ao mesmo tempo empolgante. Naquele sábado, 13 de janeiro de 2001, o Foo Fighters subiu ao palco principal para ser “apenas” uma das atrações da noite. Eles abriram o show do REM. Claro que não se pode dizer que hoje a situação seria o inverso, mas são poucas as bandas capazes de fazer frente ao que o FF é hoje. Engraçado como as coisas mudam em tão pouco tempo.
Foram vários momentos especiais naquela noite. Cassia Eller invadiu o palco para cantar parabéns para Dave Grohl, cujas calças estavam rasgadas na bunda. Eller, como a maioria das pessoas deve recordar, era uma das maiores fãs brasileiras do Nirvana e não perdeu a oportunidade de cumprimentar um dos responsáveis por toda a mudança da música proporcionada por Kurt Cobain e companhia. Mas foi com o solo de bateria de “Stacked Actors” que o show entrou para a memória das pessoas. Como ignorar a potência daquela música e o jeito que Grohl e Taylor Hawkins estraçalhavam a bateria?
Foram 13 músicas para a apresentação que a banda considerou como a maior que o Foo Fighters já havia participado. Tudo, da abertura com “Breakout”, single da vez, até “Monkey Wrench” e a épica “My Hero”, foi conduzido com uma maestria irresponsável que só o FF conseguiria. “Everlong” foi a responsável pelo encerramento da performance de uma banda bem jovem e que estava no caminho para amadurecer. Dave Grohl tocando de bermuda, magrelo e desengonçado, são coisas que hoje não fazem mais parte da realidade do grupo, que conseguiu manter a pegada agressiva com o amadurecimento pessoal de cada um de seus integrantes.
A apresentação empolgante deixava no ar o clima de que um dia, o Foo Fighters seria grande. Estavam começando a ser respeitados e os bons ventos começaram a colocar Grohl e companhia na cabeça e ouvidos de muita gente. O Brasil sonha com o retorno da banda, coisa que poderá ser oficializada a qualquer momento com o anúncio do lineup do Festival Lollapalooza. É esperar para ver.