A palavra mais adequada para definir a passagem do Erasure por Belo Horizonte seria nostalgia. No meu caso, uma nostalgia que vem dos tempos em que minha mãe ficava ouvindo “A Little Respect” e “Oh, l’amour” em casa e sempre me apresentando coisas dos anos 80 para ouvir. Ou ainda uma nostalgia dos tempos em que acompanhava a saga do meu primo como DJ e ficava de ouvido ligado em tudo o que ele tocava daquele tal de Eurodance.
Andy Bell e Vince Clarke subiram ao palco do Chevrolet Hall para presentear o publico mineiro com sua a turnê Total Pop!. Trazendo uma mescla de clássicos do synthpop e músicas mais recentes, a dupla embalou o público presente na casa, formado em sua maioria por pessoas que vivenciaram com maior intimidade o sucesso da dupla nas pistas de todo o mundo.
Com uma produção que pode ser considerada até simplória, o Erasure deixou claro que um show de qualidade não precisa ser cheio de parafernálias. Ao ver a dupla em ação, acaba que o grande destaque fica por conta da apresentação peculiar de Andy, que desde a primeira música conseguiu conquistar o público com seu carisma.
Hits como “Love To Hate You”, “Blue Savannah”, “Always” e “You Sorround Me” aliados ao carisma de Bell, o concentrado e calado Vince e as suas duas backing vocals, fizeram do Chevrolet Hall uma pista de dança digna de encher os olhos de quem estava presente. Além dos clássicos, o Erasure ainda apresentou ao público mineiro uma das músicas inéditas que farão parte do álbum Tomorrow’s World, que tem lançamento previsto para outubro.
O clima nostálgico tomou conta da casa e conseguia contagiar todos, até mesmo aqueles que estavam no Chevrolet e, por ventura, não conheciam tão a fundo a dupla (e nossa fotografa é um exemplo disso). Dançar era algo inevitável desde a primeira música e, pelo menos no local de onde acompanhei o show, não teve um que não o fez durante as quase uma hora e vinte de apresentação.
Apesar de não ter tido a oportunidade de viver intensamente o período de maior sucesso do Erasure, me sentia mais do que imerso naquela festa por tudo o que a dupla representava, seja para o meio musical como para meu lado pessoal.
Com o passar do tempo, aprendi a não ver a música como uma fórmula matemática e precisa de sucesso. Apesar disso, ao fechar sua apresentação em BH com “Stop!”, o Erasure deixou em muitos uma vontade de voltar no tempo ou, no meu caso, poder vivenciar um período onde a música parecia ser tão simples de fazer, bastando ‘apenas’ uma boa voz, um computador e um violão para produzir seus grandes sucessos sem medo de decepcionar seus fãs.
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Fotos: Polly Rodrigues