Com quase oito anos de atraso, realizei um sonho que tinha lá em 2003, com meus 16 anos, no auge da turnê My World e do lançamento do DVD com o mesmo nome: Um dia veria a Avril Lavigne de perto.
Ok, não foi tão de perto do jeito que o meu sonho desejava e demorou muito mais do que planejava naquela época. Demora que influenciou bastante na forma como vi o show. Se em 2003 eu me considerava fã da Avril Lavigne (não como os que são capazes de fazer fila três dias antes do show no Chevrolet Hall), hoje eu não carrego mais esse “título” comigo mas, como diria um célebre jogador do futebol brasileiro se tivesse vivenciando a mesma situação que a minha, “sonho é sonho e vice versa”.
Com isso na cabeça, fui para o Chevrolet Hall com a esperança de ouvir mais músicas da época Let Go/Under My Skin. Para me agradar, lá estavam “Sk8er Boi”, “He Wasn’t”, “Nobody’s Home”, o instrumental de “Losing Grip”, “My Happy Ending” e “Complicated”, que teve a missão de fechar um show que, apesar de não parecer, representava muito mais para mim do que poderia imaginar.
A intro com “Bad Reputation” soou como um alarme para o que viria a seguir. Para um público empolgado e capaz de cantar até música ambiente antes do show começar, qualquer coisa relacionada a Avril era capaz de causar altos decibéis de gritos. E isso inclui até anuncio de perfume da cantora. Após intro, Avril sobe ao palco para cantar “Black Star” e dá início, de fato, a sua apresentação em Belo Horizonte.
Com uma banda extremamente competente e uma setlist que passou por todas as fases da cantora, o show foi caminhando e a sensação de que “as antigas empolgam mais” foi ganhando força em minha cabeça. Talvez pelo trabalho atual ser fruto de uma fase mais madura que no seu início de carreira, mas ouvir as músicas de seus dois primeiros álbuns parecia satisfazer mais o público presente. O único senão fica por conta de “Smile” que, das recentes, foi a que mais fez o público cantar. Além das músicas próprias, Avril ainda brindou o público com o cover de “Fix You”, do Coldplay, e um trecho de “Airplanes”, do B.O.B., que serviu como introdução de “My Happy Ending”.
A recepção mais do que calorosa de Belo Horizonte fez com que Avril e os demais membros criassem uma sintonia com o público, com direito a coro ao fim de “I’m With You”, onde o público cantou diversas vezes os trechos finais da música, apenas coordenados por Avril, que naquela altura parecia extremamente feliz com o show e, principalmente, o público presente.
Apesar do calor no interior da casa (que fez muitos passarem mal) e de um fã que invadiu o palco e assustou a cantora, o saldo da passagem de Avril Lavigne por BH foi bem positivo. Ao fim de “Complicated” e após quase duas horas de show, as luzes se acenderam e mostraram uma grande maioria em êxtase com tudo o que viu. Assim como eles, sai com a sensação de sonho realizado, mas também com o pensamento de que ele poderia ter sido realizado de uma forma bem diferente do que realmente foi.
E quando digo que ele poderia ter sido diferente, não estou creditando nenhum tipo de culpa a Avril ou de sua banda, mas ao simples fato de que eu cheguei ao show com oito anos de atraso.
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Setlist:
01. Bad Reputation (Intro)
02. Black Star
03. What the Hell
04. Sk8er Boi
05. He Wasn’t
06. I Always Get What I Want
07. Alice
08. Fix You (Cover do Coldplay)
09. When You’re Gone
10. Stop Standing There
11. Wish You Were Here
12. Everybody Hurts
13. Nobody’s Home
14. Unwanted/Freak Out/Losing Grip (instrumentais)
15. Girlfriend
16. Airplanes/My Happy Ending
17. Don’t Tell Me
18. Smile
19. I’m With You
20. I Love You
21. Hot
22. Complicated
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Fotos: Polly Rodrigues