Noite fria de quinta-feira. Lá estava eu prestes a ver uma das bandas que movimentaram minha infância/adolescência, graças a hits como “Santeria” e “What I Got”. Não posso dizer que cresci ouvindo Sublime, até porque nunca fui tão ligado a banda como era em outros casos, mas não posso negar que as suas músicas – sejam os hits ou outras menos conhecidas – fizeram (e ainda fazem) parte da minha vida.
Ainda que este não seja o Sublime que os saudosistas gostariam de ver, no palco estariam dois terços da criatividade e originalidade que ganharam o mundo nos anos 90, somados a um vocalista jovem, animado e que, até pouco tempo atrás, era mais um fã da banda. A chance de conferir tudo isso ao vivo acabou vencendo o frio e a vontade de ficar em casa.
Para um Chevrolet Hall cheio, o Sublime With Rome apresentou praticamente tudo aquilo que os presentes gostariam de ver. Talvez um ou outro queira reclamar do setlist ou de como “Santeria” foi tocada, mas o trio conseguiu traduzir a sua história durante o show, deixando aquele clima de nostalgia pairando no ar durante toda a apresentação.
Com um show bom e competente, o Sublime With Rome poderia ter saído de BH deixando uma impressão muito boa no público presente. Poderia.
Sabe quando você deixa um lugar com a sensação de que, apesar de bom, o show poderia ter sido melhor? Foi dessa forma que deixei o Chevrolet Hall, com o sentimento de que ficou faltando “algo” e, antes que alguém se lembre de Bradley Nowell, vale ressaltar que Rome Ramirez é um vocalista/guitarrista que se encaixou perfeitamente na banda.
Talvez tenha sentido falta de uma entrega maior da banda no palco e, quem sabe, isso pode ser reflexo da extensa turnê pelo Brasil ou do meu conhecimento baseado em shows anteriores a 1996 e a morte de Nowell. No geral, fiquei satisfeito pelo show e por poder tirar o Sublime da minha lista de “coisas que preciso ver antes de morrer”, mas poderia ter sido melhor. Realmente poderia.
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Fotos: Polly Rodrigues