Diversas foram as vezes que disse que o Foo Fighers era uma das melhores bandas de rock – o puro e simples rock – surgidas em, sei lá, 20 anos. E diversas foram as vezes em que tive a minha opinião contestada, sobretudo após o lançamento do – não tão bom assim – Echoes, Silence, Patience & Grace.
Foram quase quatro anos que separam o último álbum e Wasting Light. Quatro anos em que Dave Grohl e companhia se envolveram em diversos projetos e o Foo Fighters parecia estar em segundo plano. Quatro anos em que os fãs aguardavam por algo novo, mas talvez nem o mais otimista dos fãs esperasse pelo que é este novo álbum.
Wasting Light não foge muito da essência da banda. Desde a entrada da bateria de Taylor Hawkins em “Bridge Burning” até os últimos acordes de Grohl, Nate Mendel e Chris Shiflett em “Walk”, o que se ouve é um Foo Fighters muito mais afiado que nos álbuns anteriores, incluíndo o aclamado The Colour and the Shape, de 1997.
Com a produção nas mãos do grande parceiro da época de Nirvana, Butch Vig, Wasting Light marca também o retorno oficial do guitarrista Pat Smear, que acompanhou a banda durante a turnê do ESP&G, mas não participa das gravações de um álbum do Foo Fighters desde The Colour and the Shape.
Além de Smear, o disco reúne o baixista Krist Novoselic (ex-Nirvana) em “I Should Have Known”, o guitarrista Bob Mould (Hüsker Dü) em “Dear Rosemary”, o tecladista Rami Jaffee (Wallflowers) nas músicas “Bridge Burning”, “Rope”, “I Should Have Known” e “Walk”, o violinista Jessy Greene em “I Should Have Known”, Fee Waybill faz backing vocal em “Miss the Misery” e Drew Hester toca percussão em “Arlandria”. Isso, claro, sem contar a participação de Butch Vig tocando percussão em “Back & Forth”. Todo esse time se junta em uma garagem e grava tudo de forma analógica, revivendo os métodos clássicos e buscando preservar todas as características do som de cada um dos instrumentos.
A abertura do álbum fica por conta de “Bridge Burning” e sua sessão de riffs, energia e um refrão maravilhoso. Na sequência, o primeiro single do disco, “Rope”, faixa divulgada antes do lançamento oficial e que já tinha conquistado boa parte dos fãs.
É complicado apontar qual a melhor música do álbum, mas “Dear Rosemary” entra de sola nessa disputa por ser um hit nato e capaz de ficar na sua cabeça com apenas uma audição. “White Limo” também já era conhecida, graças ao seu clipe que conta com a participação de Lemmy Kilmister, do Motörhead. Talvez seja a única faixa que se afasta um pouco da essência do álbum, por ser bem mais pesada que as demais.
“Arlandria” é outra faixa que entra na briga de foice pelo posto de melhor do disco. Foi a música que marcou após a primeira audição, graças ao seu refrão. “These Days” é a primeira balada do álbum, extremamente competente e digna de single. Após ela, vem a sequência matadora de Wasting Light com “Back & Forth”, “A Matter of Time” e “Miss the Misery”. A trinca impressiona pela qualidade das composições e mostra que, mesmo não precisando provar nada para ninguém, o Foo Fighters ainda tem muito a nos oferecer.
O disco continua com a balada “I Should Have Known” e a excelente “Walk”, que teve a ingrata missão de fechar o melhor e mais consistente álbum lançado pelo Foo Fighters até hoje.
Cada música deixa claro como o tempo distante e a forma do processo de composição de Wasting Light só fez bem a cada um dos integrantes e, consequentemente, ao público, que foi presenteado com um dos melhores álbuns de rock dos últimos 10 anos.
.
Foo Fighters – Wasting Light
Lançamento: 08 de abril de 2011
Gravadora: RCA
Gênero: Rock
Produção: Butch Vig
Faixas:
01. Bridge Burning
02. Rope
03. Dear Rosemary
04. White Limo
05. Arlandria
06. These Days
07. Back & Forth
08. A Matter Of Time
09. Miss The Misery
10. I Should Have Known
11. Walk