Sintetizadores, teclados ou, como alguns costumam dizer, um lado B do Achtung Baby. Foi desta forma que nasceu Zooropa, o oitavo álbum de estúdio do U2. Gravado durante os intervalos da megalomaníaca Zoo TV Tour, o álbum foi lançado em julho de 1993 e, no encalço da própria tour e, principalmente, do Achtung Baby, foi bem recebido pelos fãs, recebeu um Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa, vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o planeta naquele ano e passou algumas semanas no topo da Billboard 200.
A perseguição por novos sons e experimentações já transformam o U2, naquela época, em uma banda camaleônica e a forma com a qual já eram “intocáveis” naquela altura já permitia a Bono, The Edge, Larry e Adam fazer essa busca e traduzir os achados em novas composições.
Seis anos separam os lançamentos de Joshua Tree e o Zooropa e, ao ouvir o até então mais recente álbum, parece se tratar de uma nova banda. Talvez os únicos momentos que nos remetem a algo já feito pela banda sejam durante a excelente “Stay (Faraway, So Close!)” ou “The First Time” que nos levam diretamente ao álbum lançado em 1987. De resto, se ouve uma sucessão de teclados, sintetizadores, flertando com um pouco daquilo que era produzido na Europa no início dos anos 90 e que gerou o tão falado – pelo menos durante os anos 90 – Eurodance.
Apesar da falta daquele single estrondoso, Zooropa é um álbum que se sustenta pela sua melodia diferenciada e por suas letras fortes, irônicas, talvez presas dentro do conceito de excessos de mídia retratados pela Zoo TV Tour no qual foram concebidas, mas que trazem muito daquele amor e ódio que alimentamos até hoje em dia pela tecnologia.
Músicas como “Numb” e “Lemon” já mostram um pouco do que foi esse período de experimentação do U2 e o que se poderia esperar daquele ponto em diante. Provavelmente, quem acompanhava a banda desde Boy, jamais esperava ouvir uma música como “Daddy’s Gonna Pay Foy Your Crashed Car” ou a faixa-título do álbum. Por outro lado, “Dirty Day” parece ter sido feita para o Achtung Baby e deixada de lado aos 45 do segundo tempo. É uma canção brilhante, uma das que mais gosto no álbum, e tem um ar meio sombrio, distorcido e sujo, principalmente em sua parte final.
Para finalizar, Johnny Cash. Sim, Cash é a voz por traz de “The Wanderer”. É uma boa música, mas que não tem nenhuma conexão com o álbum. Talvez o álbum não tenha nenhuma conexão com o U2. Para muitos é o álbum mais estranho, complicado e insano da banda, superando o October. Apesar disso, foi bem recebido pela maioria dos fãs e foram várias as críticas dos meios especializados.
Certamente, não é um dos álbuns mais fáceis de digerir logo em sua primeira audição, mas isso pode ser facilmente resolvido com um loop em seu som, player de mão ou no próprio PC.
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Para mostrar um pouco do álbum ao vivo, confira “Zooropa” tocada em Londres, dentro da Zoo Tv Tour.
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U2 – Zooropa
Lançamento: 05 de julho de 1993
Gravadora: Island
Gênero: Rock, Alternative Rock
Produção: Brian Eno, Flood e The Edge
Faixas:
01 – Zooropa
02 – Babyface
03 – Numb
04 – Lemon
05 – Stay (Faraway, So Close!)
06 – Daddy’s Gonna Pay For Your Crashed Car
07 – Some Days Are Better Than Others
08 – The First Time
09 – Dirty Day
10 – The Wanderer (Feat. Johnny Cash)