Quando ouvimos a expressão rock`n roll, instintivamente vemos, apesar da nossa cultura totalmente americanizada, algum estrangeiro fritando sua guitarra e gritando em inglês. Lamentável atitude. Somos uma nação tão rica musicalmente que tenho absoluta certeza que influenciamos muito a musica estrangeira. Esse fato é tão ofuscado em nossa cultura que nós mesmos não valorizamos nossa musica e arte e , depois de algumas longas décadas, acordamos pois a musica e arte liberta, educa e demostra que deve sim ser respeitada, pelo fato de que tambem sabemos pegar tendencias que nao foram criadas por nós (Brazucas), colocar dentro de um liquidificador e despejar suíngue e muita brasilidade, conciliada com a personalidade.
Fundamentando essa posição, apresento ZANDER, de sonoridade bem pessoal, historia intrigante e o retorno de uma das figuras mais importantes do Hardcore nacional, “Bill”, letrista inovador, figura carismatica e redundante da brilhante banda. Não foi por acaso que mencionei que a historia era intrigante, pois quem ja pisou em algum evento nacional underground nesse seculo xx ja ouviu falar sobre o NOÇÂO DE NADA, banda respeitadissima na cena, que tingia seu som com tons complexos de bossa nova, blues e jazz, mas nunca esquecendo de suas raízes, o Hardcore. Em minha situação, é importante citar shows lotados, energia transparente perante aplausos satisfeitos, perfeição sonora impar. Adiante, sob o fim (ate então não entendido e nem acreditado, ate mesmo por mim) surge o hiato, em meados de 2007.
Bill com varias composições ate então na gaveta, monta esse lindo projeto, DELUXE TRIO, com uma passagem bem rapida de Rafael “Crespo” (PLANET HEMP) (POLARA) na bateria. Mas novamente após alguns singles brilhantes o fim incompreendido abala aos fãs dessa trajetória.
Agora, pelas palavras Julio Barbosa (Oi FM – Setembro/ 2009), a definição dessa brilhante banda. Tomara que não acabe logo, pois seu primeiro trabalho foi … “sem comentarios”.
“O Zander é formado por cinco caras que estão na batalha do underground há tempos, mas não deixam que isso se transforme em acomodação. Muito pelo contrário. Gabriel Zander “Bill” (vocal e guitarra), Gabriel Arbex (guitarra e voz), Philippe Fargnoli (guitarra e voz), Gustavo Tolhuizen (baixo e voz) e Leonardo Mitchell (bateria) se recriam a cada CD ou SMD ou clipe ou single. E toda essa (re) criação tem como quartel-general o Estúdio Superfuzz, no Rio de Janeiro. É lá que eles gravaram, mixaram e masterizaram o segundo EP, “Já Faz Algum Tempo”.
Assim como o anterior (“Em Construção”, de 2008), o registro é o tipo de disco que você gosta mesmo antes de ouvir. A “culpa” é do criativo projeto gráfico assinado por Leo Vilas. A introdução do CD avisa que quem não se atualiza, fica pelo caminho. Ao longo da bolachinha lançada em 2009, você percebe que isso não é da boca para fora. “Já Faz Algum Tempo” agrada os fãs de Dead Fish, Noção de Nada e Deluxe Trio, mas, ao mesmo tempo, mostra que o hardcore é apenas uma das referências dos caras.
Bil sabe variar o tom de voz, independente do peso e da velocidade das músicas. As três guitarras (são só três mesmo?) deixam o som encorpado e mostram que o Zander pode ocupar várias prateleiras na seção de rock. Isso tudo tem como base a competente cozinha formada pelo baixo de Guta e a bateria de Léo.
Fechando a tampa, te conto o motivo pelo qual topei escrever esse release: os showzaços que vi do versátil quinteto no pequeno palco da Drinkeria Maldita e no histórico Circo Voador, ambos no Rio de Janeiro. Ao vivo, o Zander mostra a sua verdadeira cara! Não perca!
E o curioso é o seguinte, é importante ter suas referencias, suas influências, seus pontos de vista, (que naturalmente revejo toda hora) mas é impreenscindivel transparecer o valor ao cenario nacional underground, pois tem muita gente fazendo coisa muito boa! , e logico com alma brasileira.”