Em Admirável Mundo Novo, de Adouls Huxley, a Soma era uma droga que tinha os efeitos de todos os psicossomáticos, mas que não tinha efeito colateral. Assim é a música para Léo, que decidiu adotar o Soma como sobrenome artístico e, hoje, une sons pop, com referências em R&B e lo-fi.
Nas letras, o cantor narra histórias de amores urbanos, desilusões amorosas e relacionamentos modernos. Prova disso, é o lançamento desta sexta-feira, 07, chamada “Deleta Meu Número”, em parceria com Nbeatz e Pedro Tie, que é um pedido por o fim de um relacionamento que já não estava mais dando certo e não valia mais a pena manter o contato.
E, assim como a Soma, do livro, é capaz de causar infinitas sensações e possibilidades para quem experimenta, Léo também. O carioca não se limita em um único gênero musical e quem ouve pode se deparar com um pop eletrônico romântico, que lembra Duda Beat, ou um lo-fi, com base em R&B, ou até mesmo batidas que podem remeter ao trap. “Você pode dançar chorando, ou dançar curtindo, o que eu quero com a minha música é fazer as pessoas dançarem, mesmo que elas estejam tristes. Como se fosse uma terapia”, explica o cantor.
Abaixo, você confere uma entrevista feita com o Léo na qual falamos sobre inspiração, mercado da música, quarentena, e muito mais.
O que me chamou atenção logo de cara quando eu ouvi falar de você foi seu nome. Admirável mundo novo é um dos meus livros favoritos. E, bom, nele o Soma não chega a ser uma coisa muito boa. Me explica como essa relação do seu nome artístico, da sua linguagem artística com o soma.
“Tive a sorte de me forçarem a ler esse livro. como uma obra de literatura eu achei desinteressante, mas o universo criado foi uma coisa louca. mas ao mesmo tempo distante e próxima. esse livro me ajudou a chegar ao meu nome artístico em 2012. A questão do livro é que a Soma tem esse poder de ter todas as drogas que existem, mas não ter os efeitos colaterais, pra mim a música é exatamente isso: Ela é a única coisa no momento que me faz viajar, sentir um monte de coisas. Ter mil experiências e mil viagens, mas nao tem nenhum efeito colateral”,
Como você definiria seu som?
“Eu não gostava de definir porque eu não queria me limitar, mas ao mesmo tempo eu não conseguia definir. Agora, posso definir como uma mistura muito interessante lo-fi, R&B, pop e um pouco de alternativo com elementos eletrônicos. Vejo que isso e o futuro”.
Como você vê o mercado da música nos dias atuais? É muito difícil de entrar?
Você tem que aceitar o que o público gosta. Principalmente para artistas que estão começando, por causa de orçamento, disponibilidade, parceria com outras pessoas, temos que estar abertos ao que é possível. A galera está escolhendo uma pegada mais trap. Eu estou fazendo uma transição de sofrência triste alternativa, para uma música mais Pop. Consegui encontrar o que amo e adaptei. Você pode dançar chorando, ou dançar curtindo, o que eu quero com a minha música é fazer as pessoas dançarem, mesmo que elas estejam tristes. Como se fosse uma terapia”
Quais são as suas referências?
Eu sempre tive o Drake no Top 1. Agora, quem ocupa esse lugar é o Frank Ocean, mas também tenho referências como The Weeknd, Dua Lipa, Lagum, Billie Eilish, IZA, a Anitta, no aspecto empreendedor. São muitas as referências
Esse ano você já teve vários lançamentos. Foi o Isolados, Muito mais que nada, Nintendo e agora Deleta Meu Número. Como você pensa num lançamento?
Tenho me inspirado na Anitta no aspecto de lançar e também nos rappers norte-americanos. Já vi que nesse início, é muito importante você trabalhar com quantidade. Você quanto artista, tem que entender o que é o melhor para você e encontrar um equilíbrio, senão vai ser só um número.
Você faz tudo? desde composição, produção, passando por se assessorar? Não te sobrecarrega?
Eu ainda sou um artista independente. Tudo sai do meu bolso. Me esforço ao máximo para conseguir parcerias. Não chego a fazer tudo sozinho, mas também não tenho uma equipe. A maioria das coisas eu faço por conta própria, mas tenho pessoas que me ajudam com muitas coisas.
O que te inspira a compor? Como nasce uma música do Léo Soma?
Principalmente o que eu vivo, minhas experiências. Mas não me limito às coisas que vivo. A gente tem essa liberdade de criar mundos paralelos. Tem muitas músicas que escrevo, que fui eu que vivi a situação, mas eu mudo algumas coisas para as pessoas se identificarem. Deleta Meu Número é sobre um caso que eu vivi que eu vi que a pessoa tinha uma energia que não me fazia bem. Fui me desligando e a pessoa não aceitava. Ao invés de brigas, eu só pedi para ela deletar meu número.
Você acha que as pessoas estão consumindo mais entretenimento nessa quarentena?
Já vi alguns estudos que as pessoas estão escutando menos música, porque a maioria escuta no trânsito. Um dos piores dias nas plataformas digitais é o domingo. O que eu já vi com a minha carreira e com outros artistas, é que as lives estão crescendo e acho que elas vieram para ficar. Porque isso é uma solução para artistas que não têm grana para fazer turnê pelo país, sem contar que, dependendo de como você faz a live, ela tem custo zero e ainda testa o engajamento do seu público, você vê quem de fato quer te ajudar.
E quais são seus objetivos profissionais?
Eu estou aprendendo a vender meu peixe. Penso que, no futuro, eu conseguindo estourar a minha carreira, posso empresariar outros artistas, o que eu gostaria muito de fazer. Não é ganhar um Grammy, nem um grande prêmio, mas é conseguir fechar parcerias com qualquer artista. É conquistar números, mas também qualidade e respeito. Deixar um legado no mercado que eu possa ligar para qualquer artista, pedir um feat e eles vão topar.
Mais trabalhos de Léo Soma podem ser acompanhados no YouTube ou no Spotify do cantor.