Quais foram os melhores álbuns lançados em fevereiro?
A nossa lista com alguns dos destaques do mês está de volta e, dessa vez, selecionamos vinte e quatro trabalhos nacionais e internacionais e, para cada um deles, uma mini-resenha para explicar o que cada um deles faz por aqui.
De Ariana Grande ao The Claypool Lennon Delirium, passando por BaianaSystem, Chaka Khan, Drake e a jovem Gabriella Rose, você confere abaixo a nossa lista com os 24 álbuns lançados em fevereiro que você deveria ouvir.
Divirta-se!
# Seasons, do American Authors
Seasons é o nome do terceiro álbum de estúdio do American Authors, aquela banda norte-americana que “sofre” para se livrar do estigma de one hit wonder conquistado com “Best Day of My Life”, lançada lá em 2014, quando a banda liberou o seu primeiro álbum. No novo álbum, a banda não se prende a uma única sonoridade e se permite experimentar vários elementos. “Say Amen” e “Deep Water” possuem uma pegada soul/blues bem interessante, enquanto “Neighborhood” é uma daquelas baladas indies características. A veia pop também está presente em faixas como “Stay Around” e “Cant Stop Me Now”, mostrando que a banda consegue transitar entre vários estilos sem perder a essência. [JP]
# thank u, next, da Ariana Grande
Ariana Grande mal havia lançado o sweetener e promovido seus singles quando começou a preparar no estúdio o sucessor Thank U, Next. Dizem os fãs que a vibe Pete Davidson passou tão rapidamente pela vida da cantora que ela se sentiu determinada a dar um novo passo em sua carreira. E que passo! Mais um álbum #1, recordes nas paradas musicais e uma sonoridade chiclete que não sai do Spotify de milhões de pessoas. Os destaques são para a divertida “bloodline”, além de “Break up with your girlfriend, i’m bored” – que traz inclusive um trecho de “It makes me ill”, do álbum No Strings Attached, do N*Sync -, a viciante “7 rings”, “fake smile” e “NASA”. Vale a pena ouvir e assistir aos vídeos dos singles. Ariana é a nova queridinha do pop e não se espante se ela estiver entre as indicadas para o Grammy 2020 e levar mais um prêmio pra casa. [YC]
# Head Above Water, da Avril Lavigne
Quem esperou pouco mais de 5 anos pelo novo álbum de Avril Lavigne conseguiu matar a saudade da sonoridade pop-punk da cantora e sua marcante personalidade teen. “Head Above Water” e “Fell In Love With A Devil” são faixas com uma pegada mais gospel, que até então a cantora não havia explorado, e magicamente são as melhores músicas do seu novo trabalho. “Birdie”, “Warrior” e a já lançada como single “Tell Me It’s Over” fecham a lista de músicas que com certeza vão despertar a sua atenção ao ouvir o álbum pela primeira vez, assim como “Dumb blond”, que traz à tona a cantora teen que Avril sempre foi e é a mais animada de todo o disco. O trabalho novo também traz diversas fillers como “Crush”, “Goddess” e “Love Me Insane”, que parecem b-sides de quando a cantora ensaiava em estúdio para o seu debut Let Go (quem não amava “Why”?). A fórmula do álbum é a mesma dos últimos trabalhos de Lavigne, mas agrada. Por se tornar independente neste lançamento, com certeza a decisão foi não arriscar algo muito diferente. Torcemos por uma evolução musical em seu novo projeto, já que este trabalho pode trazer músicas escritas até mesmo em 2014, após lançar seu autointitulado LP antecessor. [YC]
# O Futuro Não Demora, do BaianaSystem
Um álbum para ser apreciado: é assim que eu definiria O Futuro Não Demora, novo registro do BaianaSystem. Com a dura missão de suceder o incrível Duas Cidades, o novo álbum do projeto capitaneado por Roberto Barreto (guitarra baiana), Seko Bass (baixo) e Russo Passapusso (voz) é tão marcante quanto o anterior. Com um time de colaboradores que tem BNegão, Manu Chao e Curumin, entre outros convidados, o álbum é provocante, marcante e forte. Exatamente o que se esperava do BaianaSystem. [JP]
# Gallipoli, do Beirut
Confesso que eu estava com saudade de ouvir coisas boas do Beirut, mas com pouca expectativa em torno do Gallipoli. No entanto, o resultado entregue por Zach Condon me surpreendeu. Com aquela mistura já conhecida de indie com world music, o álbum é emotivo e bem interessante, capaz de fazer você se apaixonar novamente pelo Beirut. Aliás, o álbum pode muito bem ser visto como a redescoberta do amor de Zach pela música, fato que fica provado em faixas como “When I Die”, “Corfu”, “Landslide” e “Family Curse”. [JP]
# Betty, da Betty Who
Tá procurando aquele pop delícia para ouvir? Então a dica do mês fica por conta do Betty, álbum lançado pela Betty Who, nome artístico da australiana Jessica Anne Newham. Com treze faixas, o registro é uma sucessão de possíveis hits que não fariam feio em nenhuma balada pelo mundo, como no caso de “Old Me” e “Language”. Em seu terceiro álbum, Betty Who é capaz de agradar gregos e troianos do mundo pop e finalmente conquistar o seu lugar ao sol, algo que ela já merece faz um tempo. [JP]
# Sunshine Rock, do Bob Mould
Bob Mould segue ativo e interessante como nunca e a prova disso é o álbum Sunshine Rock. Em seu décimo terceiro registro solo, o ex-vocalista de bandas como entrega um álbum cheio de dualidades: ele é amargo e feroz mas, ao mesmo tempo, esperançoso e capaz de exaltar o futuro, o qual a gente só vai conseguir alcançar se continuar lutando por dias melhores. Uma bela mensagem para um belo álbum. [JP]
# Hello Happiness, da Chaka Khan
Quase doze anos: foi o tempo que ficamos sem material inédito da Chaka Khan. A espera acabou agora em fevereiro com o curto mas interessante Hello Happiness. Com apenas sete faixas, o retorno da norte-americana é interessante, ainda que pudesse ser ainda melhor. Com uma produção muito carregada, a voz potente de Chaka se esconde em alguns momentos. No entanto, a faixa que dá nome ao registro, “Don’t Cha Know”, “Isn’t That Enough” e “Ladylike” são bons registros capazes de suprir a longa espera. [JP]
# Blushing, do Copeland
Blushing é o nome do sexto álbum de estúdio dos norte-americanos do Copeland e é um daqueles registros capazes de te prender em meio as suas músicas. Com onze faixas, o álbum parece uma versão 2.0 daquilo que o Copeland está acostumado a fazer. É como se Blushing fosse o resultado da banda sendo levada para um outro nível, é algo bonito de se ouvir e com uma capa bonita de se ver. [JP]
# So Far Gone, do Drake
Dez anos após lançar um EP de mesmo nome, Drake aproveitou o mês de fevereiro para lançar mais uma mixtape. Com dezoito faixas, So Far Gone chegou para manter a média de um material por ano do rapper canadense e também uma escrita dos últimos anos: ser melhor que o álbum lançado anteriormente. Foi assim com More Life (2017) – que é melhor que o VIEWS (2016) – e com a If You’re Reading This It’s Too Late (2015) – que é melhor que o álbum Nothing Was the Same (2013) -. Na nova mixtape, temos convidados como Lil Wayne, Santigold, Lykke Li e Peter Bjorn & John que colaboram em faixas com altas doses de humor e honestidade em meio a narrativas com champanhe, dinheiro, carros e garotas. Vale o play! [JP]
# Distance Over Time, do Dream Theater
Para muitos, Distance Over Time representa o reencontro do Dream Theater com os bons lançamentos. Com dez faixas, o registro não apresenta nada de novo em sua sonoridade, mas parece que aquele elemento que andou faltando em trabalhos recentes foi encontrado. Esse é o álbum em que os fãs em geral não vão torcer o nariz e que é capaz de angariar mais algumas ovelhas para o rebanho. [JP]
# Lost in Translation [EP], da Gabriella Rose
Com apenas dezesseis anos e um retro pop (como ela mesmo define) bem interessante, a norte-americana Gabriella Rose lançou recentemente o seu primeiro trabalho, o EP Lost In Translation. As seis faixas do trabalho mostram um indie-pop angustiante e sombrio, no qual Rose narra a sua curta jornada, fala sobre lembranças marcantes – como a morte de sua avó -, o começo da transição para a vida adulta e a consequente perda da inocência, além de questões discutidas pela sociedade de uma forma geral, resultando em um belo cartão de visitas. [JP]
# This Land, do Gary Clark Jr.
Político e questionador, This Land mantém a série de bons trabalhos lançados pelo norte-americano Gary Clark Jr. na sua carreira. Em seu terceiro registro de estúdio, o guitarrista aborda questões como o racismo, imigração e toda o contexto político vivido nos Estados Unidos nos últimos anos. Em meio a isso, Gary fala também sobre a busca pelo equilíbrio entre ser um músico de sucesso e ter a sua vida pessoal e familiar. É um bom disco de rock que transita entre o R&B e o blues sem parecer forçado. [JP]
# Besta Fera, de Jards Macalé
Besta Fera é a confirmação de que Jards Macalé segue produtivo e criativo. Com doze faixas e convidados como Tim Bernardes, Juçara Marçal e Romulo Fróes, o álbum pode parecer confuso para algum desavisado, principalmente pela sua faixa de abertura, “Vampiro de Copacabana”, mas tem na sua mistura de samba, rock e experimentalismo algo extremamente cativante e que se desenvolve de forma bem interessante. Destaque para as faixas “Trevas”, “Pacto de Sangue” e “Longo Caminho do Sol”, que mostram o quanto o músico carioca segue forte e merece todos os destaques possíveis. [JP]
# Bright Night Flowers, do Jon Fratelli
Bright Night Flowers é o segundo álbum solo de Jon Fratelli, vocalista do The Fratellis. O trabalho de nove faixas mostra um lado emocional e, em vários momentos, triste do músico escocês, deixando claro o seu crescimento enquanto compositor. É um registro leve, fácil de ouvir, com melodias tranquilas e capazes de embalar um bom dia de trabalho ou aquela viagem pelas estradas da vida. “Evangeline”, “Rolling By” e “Serenade In Vain” são bons destaques para obra capaz de figurar nas listas de fim de ano. [JP]
# While We Wait, da Kehlani
Kehlani resolveu pegar todo mundo de surpresa com uma mixtape em fevereiro. While We Wait é R&B puro e, com nove faixais, nos mostra algumas coisas bem interessantes, como a abertura “Footsteps”, que conta com a participação do grande Musiq Soulchild e já se tornou uma das minhas favoritas em sua carreira. Com boas composições, o trabalho mostra o quanto Kehlani ainda tem para nos oferecer. [JP]
# Electric Lady Sessions, do LCD Soundsystem
Para muitos, o LCD Soundsystem está na sua melhor forma e uma boa prova disso é o álbum ao vivo Electric Lady Sessions. O registro mostra que a química entre os integrantes funciona de uma forma bem orgânica e, dado o time de músicos talentos e as mãos de James Murphy orquestrando tudo, o resultado só poderia ser positivo. Gravado no lendário estúdio Electric Lady, em Nova York, o álbum conta com faixas já conhecidas do repertório da banda e covers de The Human League, Chic e Heaven 17. [JP]
# Buoys, do Panda Bear
Sexto registro solo de Panda Bear, o Buoys é daqueles registros capazes de causar sensações distintas no ouvinte. Sobretudo, é um disco triste, beirando a melancolia, mas que serve como uma boa trilha sonora para aqueles momentos de pausa e fuga da vida moderna. Longe de ser o melhor trabalho solo de uma das mentes por trás do Animal Collective, Buoys acaba cumprindo o seu papel no fim das contas. E é isso que importa! [JP]
# Signs, do Tedeschi Trucks Band
Signs foi o nome escolhido pela banda Tedeschi Trucks Band para o seu quarto álbum de estúdio. Capitaneado pelo casal Susan Tedeschi e Derek Trucks, o projeto continua desfilando um blues rock de qualidade, se firmando entre os grandes nomes do estilo. Com onze faixas, o álbum é um pouco irregular mas, em muitos momentos, é impressionante a ponto de nos fazer esquecer as possíveis falhas. Ao vivo, faixas como “They Don’t Shine”, “I’m Gonna Be There” e “Hard Case” devem ganhar ainda mais força. [JP]
# Terceiro Mundo Bom, da Terceiro Mundo Bom
Com diversos nomes do indie carioca, a banda Terceiro Mundo Bom lançou o seu primeiro EP, autointitulado. Com cinco faixas, o registro transita pela MPB, pop rock, rap e trip hop, embalando variadas histórias sobre relacionamentos. O álbum foi produzido por Lucas Vasconcellos e lançado pelo selo Sagitta Records. [JP]
# Violeta, do Terno Rei
Terceiro álbum de estúdio da banda Terno Rei, Violeta é resultado de todo o amadurecimento vivenciado pela banda paulista nos últimos anos. Em suas onze faixas, a banda consegue transitar por várias referências e agregar novos elementos sem que isso resulte em perda a sua identidade. Com Violeta, a Terno Rei mostra novamente o que faz dela uma das bandas mais legais do rock alternativo nacional. [JP]
# South Of Reality, do The Claypool Lennon Delirium
Lá em 2016, quando o The Claypool Lennon Delirium lançou o seu álbum de estreia, Monolith of Phobos, a impressão era de que aquele encontro era bom demais para ser verdade. Três anos depois, a dupla Les Claypool e Sean Lennon volta para proporcionar mais uma aventura psicodélica daquelas que você apenas dá play e desfruta. [JP]
# Five, do White Lies
Com um nome bem adequado, o quinto álbum de estúdio do White Lies é, provavelmente, o mais interessante de sua discografia até hoje. Com nove faixas, é um registro marcante pela evolução do trio capitaneado pelo vocalista e guitarrista Harry McVeigh. Marcante ao ponto de agradar os fãs de bandas mais atuais do synth-rock, como também quem ama no nomes clássicos do gênero, como New Order, Joy Division e The Cure. [JP]
# Resist, do Within Temptation
O Within Temptation resolveu ousar. Em seu sétimo registro de estúdio, Resist, a banda holandesa de heavy metal resolveu apostar em um som mais eletrônico como plano de fundo para composições que abordam questões políticas e sociais. Ainda que fique abaixo de seus antecessores, Resist é um álbum interessante por sua temática e por ser resultado de uma tentativa de abandonar a sua zona de conforto. [JP]
# Roda, Rodou, da Xana Gallo
Um dos nomes interessantes da cena musical brasileira atual, a cantora gaúcha Xana Gallo lançou um EP que você deveria ouvir. Produzidas por Diogo Strausz, as três faixas de Roda, Rodou falam sobre a mulher, questões políticas e de comportamento da sociedade, mostrando todo o amadurecimento de Gallo enquanto artista e, principalmente, enquanto mulher. [JP]
Não deixe de ver a nossa lista com os nossos álbuns preferidos de janeiro. Aproveite e fique por dentro dos lançamentos previstos para 2019 no mundo da música.
Textos por: John Pereira e Yuri Carvalho.