Não faz muito tempo, o Audiograma publicava listas mensais com os melhores álbuns lançados no mês anterior. Com o passar do tempo, deixamos esse conteúdo de lado e focamos apenas no listão de fim de ano e também nos principais lançamentos do primeiro semestre.
No entanto, uma das propostas editorias do site para 2019 é retomar modelos que eram interessantes, mas foram descontinuadas em detrimento de outros tipos de conteúdo. Um desses modelos são as listas mensais com os principais lançamentos.
Tido como um período de poucos lançamentos, janeiro foi um mês bem movimentado e nos brindou com uma sequência de bons álbuns em diferentes estilos. Por isso, nada melhor do que listar o que de bom foi liberado ao longo do primeiro mês do ano, certo?
Abaixo, você confere a nossa lista com 16 álbuns lançados em janeiro que você deveria ouvir!
# Mint, da Alice Merton
Alice Merton trabalhou por três anos em seu álbum de estreia, Mint, que finalmente foi lançado em janeiro de 2019. Antes, quem acompanhava o trabalho da cantora pôde ouvir uma prévia do novo projeto através do EP No Roots, que trazia a faixa carro-chefe de mesmo nome e conquistou a posição #1 na França, entre 2017/2018. Além da fresh “No Roots”, o álbum traz possíveis hits como “Lash Out”, “Learn To Live” e o recém-lançado single “Why So Serious”. A artista revelação já está nos Estados Unidos promovendo este trabalho que merece reconhecimento e que com certeza você vai gostar. [YC]
# DNA, do Backstreet Boys
Os Backstreet Boys estão de álbum novo! O primeiro single do projeto, “Don’t go breaking my heart”, fez bonito nos Estados Unidos e foi indicado a um Grammy na categoria Melhor Performance em Grupo ou Dupla, e rapidamente as atenções foram voltadas para o novo disco, DNA. Por mais que este título seja super batido no mundo pop, a sonoridade é muito boa. Quando ouvir, será difícil não ficar com a faixa “Chances” na cabeça, por exemplo. O som está mais contemporâneo e o grupo deixa de lado aquela tentativa de soar como o One Direction, claramente perceptível no disco anterior, In a World Like This, de 2013, que obviamente não agradou ao grande público. O sucesso é certo. Após quase 20 anos longe do topo da Billboard 200, os caras devem conquistar a primeira posição da parada com cerca de 200 mil cópias vendidas, contabilizando vendas puras e streams. [YC]
# Disco Adulto, da Barcamundi
Em seu segundo trabalho de estúdio, a Barcamundi se mostra mais madura e bem resolvida criativamente. Mesclando rock alternativo com MPB, o registro faz jus ao nome e entrega faixas com letras intimistas mas que, ao mesmo tempo, permitem com que a gente se identifique. A produção ficou nas mãos da banda em parceria com Hugo Noguchi (Ventre), que produziu recentemente o álbum da Luíza Boê. [JP]
# amo, do Bring Me The Horizon
Um dos álbuns mais aguardados do mês, os britânicos do Bring Me The Horizon lançaram no último dia 25 o seu sexto registro de estúdio. amo é resultado de uma ruptura com o passado, com a banda se aventurando por outros estilos e tirando a guitarra do seu foco principal. Agora, a banda apresenta uma sonoridade mais pop e flertando com o eletrônico em alguns momentos. Para os mais preocupados, a guitarra ainda se faz presente, mas nada perto do que a banda já fez anteriormente. [JP]
# Why Hasn’t Everything Already Disappeared?, do Deerhunter
Você deve ler bastante durante o ano sobre artistas que buscam se reinventar em seus novos trabalhos e, como não poderia deixar de ser, o Deerhunter pegou carona nesse lema em seu novo trabalho, Why Hasn’t Everything Already Disappeared?. Oitavo registro da banda norte-americana, o trabalho mostra uma busca por novos elementos, um maior número de colaboradores e a tentativa de sair da zona de conforto sem romper de forma abrupta com aquela mistura de folk e indie que já conhecemos. [JP]
# Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos, da El Toro Fuerte
Os mineiros do El Toro Fuerte abrem o ano lançando o seu segundo álbum de estúdio, Nossos Amigos e os Lugares Que Visitamos. Com treze faixas, o registro funciona como uma continuidade de seu álbum de estreia, Um Tempo Lindo Pra Estar Vivo (2016), e mescla amor e dor numa sonoridade bem interessante. Destaque para as participações femininas de Laura Vilela, na faixa “Nos Seus Movimentos”; Nicole Patrício, na faixa “Casinha”; e Raquel Batista, na faixa “Santa Mônica”. [JP]
# Assume Form, do James Blake
Se tem um cara que consegue transitar entre gêneros sem perder a sua identidade é o James Blake e isso ficou provado em seu novo trabalho de estúdio, Assume Form. Mesclando R&B, rap, eletrônico e Soul, o cara entrega um disco acessível e até mesmo comercial, mas sem perder o seu crescente criativo enquanto artista. É um disco tão bom de se ouvir que eu duvido que não vá ficar no repeat. Ah, ainda tem participações de Rosalía, André 3000 (OutKast) e Travis Scott. [JP]
# Inner Monologue Part 1 [EP], da Julia Michaels
Se você acompanha a música pop nos últimos anos, deve ter ouvido falar da norte-americana Julia Michaels. A cantora e compositora começou o ano liberando o EP Inner Monologue Part 1, um trabalho de seis faixas bem coeso, com produção interessante e que aborda nas composições questões bem pessoais, transformando o registro em algo bem confessional. Selena Gomez é uma das convidadas, participando de “Anxiety”, enquanto Niall Horan também dá as caras em “What a Time”. [JP]
# Heard It in a Past Life, da Maggie Rogers
Heard It in a Past Life é um álbum gostoso de ouvir e um bom registro de estreia para a norte-americana Maggie Rogers. Ainda que não apresente nada de novo em sua sonoridade, faixas como “Light On” e “Say It” são capazes de ficar na cabeça, mostrando que Maggie é capaz de produzir coisas interessantes dentro de um meio que, em certos momentos, já parece saturado. [JP]
# Feral Roots, do Rival Sons
O Rival Sons está disposto a provar a teoria de que as bandas de rock não precisam viver somente do passado. O quarteto norte-americano formado por Jay Buchanan (vocal), Scott Holiday (guitarra), Dave Beste (baixo) e Mike Miley (bateria) entrega com Feral Roots aquele que, para muitos, é o seu melhor trabalho da carreira. Com o seu classic rock bem feito e de qualidade, a banda se aprimora a cada trabalho lançado e consegue aliar o passado ao futuro sem perder a sua identidade. [JP]
# Remind Me Tomorrow, da Sharon Van Etten
Outro dos álbuns aguardados de janeiro era o Remind Me Tomorrow, novidade da Sharon Van Etten. Com uma mistura interessante de indie e folk rock, o registro tem tudo para figurar em listas de melhores do ano lá em dezembro. Cinco anos após Are We There, o álbum mostra novos caminhos escolhidos por Sharon em parceria com o produtor John Congleton, mostrando que a artista amadureceu ainda mais e tem total controle daquilo que produz. Destaque para as faixas “Jupiter 4” e “Hands”. [JP]
# Why You So Crazy, do The Dandy Warhols
Why You So Crazy é o nome do décimo trabalho de estúdio dos norte-americanos do The Dandy Warhols e vem recebendo elogios da crítica. Liderada por Courtney Taylor-Taylor (vocais e guitarras) e Zia McCabe (teclados e vocais), a banda entrega uma série de faixas interessantes e que, mais uma vez, estão longe daquilo que era esperado em um primeiro momento, ainda que indiquem uma “volta às origens”, se assim podemos dizer. “Be Alright”, “Motor City Steel” e a bem humorada “Small Town Girls” podem te conquistar. [JP]
# Strength In Numb333rs, do The Fever 333
Uma mistura de rap e hardcore que há tempos não ouvíamos por aí. Isso é o The Fever 333, um trio californiano que liberou neste mês o seu álbum de estreia, Strength In Numb333rs. Produzido por Travis Barker e John Feldmann, o álbum chega pela Roadrunner, conta com músicas interessantes como “Burn It” e “One Of Us” e serve de aquecimento para o próximo Lollapalooza, onde a banda se apresentará. [JP]
# Outer Peace, do Toro Y Moi
Outer Peace foi o nome escolhido por Chaz Bear para o sexto registro de estúdio do sempre elogiado Toro Y Moi. Com dez faixas, o registro é daqueles que te colocam para dançar e, na música seguinte, te fazem sentar no canto e refletir. Com melodias interessantes e marcantes, o álbum é prova de que o produtor está sempre em constante evolução e músicas como “Freelance” e “50-50” são bons exemplos disso. [JP]
Weezer (The Teal Album), do Weezer
O The Teal Album cumpre aquilo que se propõe: foi feito para divertir o público geral, chamar a atenção para a banda e, principalmente, ser algo totalmente despretensioso. Desde o início dos anos 2000 que a banda flerta com a palhaçada e, pra muitos, sair de um pedido de um fã adolescente no Twitter e chegar em um álbum completo é como se a banda tivesse ido longe demais. No fim, é só um grupo de amigos se divertindo, tocando faixas que, provavelmente, eles cresceram ouvindo e ainda pavimentando o território para o seu próximo registro, o The Black Album, que vai sair em março. Leia a resenha completa aqui! [JP]
# Par de Olhos, da YMA
Um pop gostoso, com pitadas de experimentalismo e muita criatividade. Talvez essa seja a forma mais fácil de definir Par de Olhos, álbum lançado pela Yasmin Mamedio ou, simplesmente, YMA. Faixas como “Evaporar”, “Shake It” e “Colapso Invisível” mostram a diversidade presente no registro, que consegue ser poético, divertido e melancólico, prendendo o ouvinte desde os primeiros acordes. [JP]
Textos por: John Pereira e Yuri Carvalho.