O ano vai chegando ao fim e muitos foram os nomes que deram as caras no cenário musical e chamaram a atenção da nossa equipe.
Após alguns anos sem essa categoria, é hora de voltar a falar das revelações aqui no Audiograma e, por isso, listamos vinte nomes que podem ser encarados como promessas para alguns ou como realidade para outros. Em comum, podemos dizer que, tanto no Brasil como lá fora, 2018 nos presenteou com boas novidades musicais.
Independente do estilo ou da nacionalidade, que tal uma seleção com coisas novas para você conhecer?
Veja a nossa lista com quinze revelações da música em 2018!
# Alice Merton
Alice Merton é uma cidadã do mundo. Nascida na Alemanha, a jovem de vinte e cinco anos já morou em diversos lugares do mundo e isso acabou contribuindo para o seu primeiro sucesso, o single “No Roots”. Lançada em 2016, a faixa fala sobre não saber onde as suas raízes realmente estão e logo se tornou um hit na Europa.
De lá pra cá, a cantora lançou um EP em 2017 e prepara o terreno para o seu primeiro álbum, Mint, que chegará às lojas e plataformas de streaming no dia 18 de janeiro. Ao longo do ano, Alice lançou três singles, sendo dois deles ligados ao novo trabalho: “Why so Serious” e “Funny Business”.
Com uma pegada pop bem gostosa, Alice tem tudo para ganhar a sua atenção em 2019.
# Ana Frango Elétrico
Com apenas vinte anos, Ana Frango Elétrico vem conquistando a cena independente carioca graças ao seu interessante álbum de estréia, Mormaço Queima.
Brincando com o seu sobrenome, Fainguelernt, Ana mescla inglês e português em suas letras carregadas de ironia, numa sonoridade pop que a permite transitar livremente pelas mais variadas referências musicais. Tem uma pegada de tropicália a lá Gal Costa, punk rock e bossa nova, tudo junto e misturado num caldeirão de sete faixas e pouco menos de 30 minutos.
Para ser sincero, é difícil definir claramente o que faz a Ana Frango Elétrico e isso, provavelmente, é a melhor coisa que poderia acontecer com ela.
# Anna Burch
A norte-americana Anna Burch se mostrou para o mundo de forma solo em 2016 com o seu primeiro EP, Stef And Anna – SPLIT. No entanto, o seu indie pop gostoso de ouvir voltou ainda mais envolvente agora, com o seu primeiro álbum de estúdio.
Lançado em fevereiro, Quit the Curse conta com melodias apaixonantes, letras criativas sobre sentimentos e também sobre a vida e já chegou chamando a atenção. Produzido por Collin Dupuis, o álbum coloca Burch em um outro nível e agrada por conta de faixas como “2 Cool 2 Care”, “Asking 4 a Friend” e a viciante “Tea-Soake Letter”.
# Cardi B
Para muitos, a norte-americana Belcalis Marlenis Almánzar já é uma realidade no cenário musical. No entanto, 2018 foi o chamado ano de afirmação da carreira de Cardi B, graças ao seu primeiro álbum de estúdio, Invasion of Privacy. Lançado em abril pela Atlantic Records, o trabalho teve uma recepção muito boa pelo público e pela crítica, graças a singles como “Be Careful” e, principalmente, “I Like It”, parceria com Bad Bunny e J Balvin.
Dois anos após a sua primeira mixtape, Cardi conquista o seu espaço com um álbum interessante e bem produzido, se colocando como uma das grandes revelações do hip hop no ano.
# Duda Beat
Já ouvir falar de Duda Beat? Se a resposta for não, você deveria parar agora o que está fazendo e ouvir o álbum de estreia da cantora pernambucana, Sinto Muito.
Duda já transita pelo cenário musical faz tempo, mas só neste ano lançou o seu primeiro trabalho e, numa mistura interessante de pop, reggae, dub e brega, entrega um disco bem pessoal e que, literalmente, coloca pro mundo todas as desilusões amorosas vividas por Duda. Falando sobre o amor em tempos modernos, a cantora mergulha numa temática bem legal e mostra todos os estágios de um finado relacionamento, desde a tristeza até o renascimento.
Alguns até compararam a Duda com a Dua Lipa e, bom, se a gente precisar de novas regras no pop nacional, talvez a Duda seja mesmo uma das pessoas mais indicadas para nos mostrá-las.
# Ella Mai
Com vinte e quatro anos, a britânica Ella Mai é um dos bons nomes surgidos no R&B em 2018.
Após alguns EPs e singles lançados desde 2016, a cantora lançou em outubro o seu primeiro álbum de estúdio, que leva o seu nome. Com dezesseis faixas, o trabalho foi mais uma novidade bem recebida pela crítica, arrancando elogios da imprensa especializada.
Mesclando uma pegada dançante com uma voz potente, Ella Mai colocou a faixa “Boo’d Up” no Top 10 da Billboard HOT 100 por 13 semanas e foi a primeira artista do Reino Unido a alcançar o primeiro lugar nas paradas de R&B dos EUA desde 1992.
# Gia Margaret
Um dos nomes que caiu no nosso radar ao longo do ano foi o da norte-americana Gia Margaret. A compositora de Chicago lançou em julho o seu primeiro álbum completo de estúdio e There’s Always Glimmer é intenso, ainda que embalado em melodias tranquilas e suaves.
Fazendo jus ao termo “sleep rock”, que é como Margaret chama a sua música, as doze faixas do registro combinam folk, música ambiente e shoegaze, lembrando o The Postal Service ou Iron & Wine em vários momentos. Em pouco mais de trinta minutos, Gia fala sobre a vida de uma forma sombria, mas cativante e tudo isso te prende em uma atmosfera bem interessante.
# Greta Van Fleet
Talvez o nome mais falado ao lado da Cardi B ao longo de 2018. Após lançarem dois EPs no ano passado, os norte-americanos do Greta Van Fleet fincaram a sua bandeira na cena hard rock em 2018 com o seu primeiro álbum, Anthem Of The Peaceful Army.
Com dez faixas, o registro reafirma todas as opiniões já emitidas em torno do quarteto de Michigan, principalmente nas suas comparações com o Led Zeppelin. No entanto, os garotos ganharam os corações de muita gente por, simplesmente, fazerem um rock simples e direto, atraindo a atenção em um cenário onde o rock tido como tradicional está cada vez mais confinado as bandas mais antigas.
# Juice WRLD
Se você costuma acompanhar as listas de músicas mais ouvidas por aí, deve ter visto pelo menos uma vez o nome do rapper norte-americano Juice WRLD. Quase que “da noite pro dia”, o jovem de 19 anos ganhou o mundo com a faixa “Lucid Dreams”, que chegou a bater no TOP3 da Billboard HOT 100 em junho.
Uma das músicas mais ouvidas do ano, “Lucid Dreams” pavimentou o caminho para dois trabalhos lançados por Juice: o álbum Goodbye & Good Riddance e um projeto ao lado de Future, o álbum WRLD ON DRUGS. Faixas como “All Girls Are the Same”, “Lean Wit Me” e “Wasted” mostram que o rapper pode oferecer muito para a cena no futuro.
# Maria Beraldo
Ainda que seja nova aos nossos olhos, Maria Beraldo carrega nos ombos uma larga experiência musical. No entanto, 2018 foi o ano de se livrar das amarras e se mostrar para o mundo em carreira solo.
Com uma pegada autobiográfica, Cavala fala de forma íntima sobre a experiência de ser o que se é. Ao longo de seus pouco mais de vinte minutos, a sonoridade pop se mescla com letras sobre a vida da mulher lésbica, nos levando por uma viagem íntima mas que se conecta diretamente com o ouvinte que está aberto a isso. Cavala provoca uma reflexão necessária sobre a compreensão de si mesmo e também do outro.
Um ótimo registro de estreia de mais uma das vozes interessantes que a nova geração da música nacional nos apresenta.
# Mulamba
A banda curitibana Mulamba é um dos projetos mais interessantes da música brasileira em 2018. Formada por mulheres, elas assumem a missão de tocar para que outras mulheres possam ser ouvidas, usando a música para difundir informações sobre temas que precisam de voz, espaço e respeito.
Amanda Pacífico (voz), Cacau de Sá (voz), Caro Pisco (bateria), Fer Koppe (violoncelo), Naira Debértolis (baixo) e Nat Fragoso (guitarra) se juntaram em 2015 com a intenção de fazer um tributo a Cássia Eller, mas ninguém esperava que a sua primeira faixa autoral, “P.U.T.A.”, ganhasse uma visibilidade tão grande, se aproximando das 3 milhões de visualizações no YouTube neste momento.
Mesclando MPB e Rock, o primeiro álbum de estúdio saiu neste ano e é simplesmente incrível. É daquelas coisas que você vai ficar ouvindo por muito tempo e que deveria compartilhar com todas as pessoas próximas.
# Parcels
Após dois EPs e um single excelente, a banda australiana Parcels lançou neste ano o seu primeiro álbum de estúdio, que carrega o seu nome. O quinteto que agora vive na Alemanha ganhou o mundo no ano passado com “Overnight”, faixa que conta com a produção de ninguém menos que o Daft Punk.
Daquele ponto em diante, tudo mudou para o coletivo de indie-funk-rock. Após o encontro especial, o grupo simplesmente jogou o seu primeiro álbum – que estava bem encaminhado – todo no lixo e refez todo o trabalho. O resultado disso foi lançado oficialmente em outubro e mostra o que a banda absorveu do encontro com a famosa dupla robótica.
Bebendo em referências interessantes dos anos 70, o Parcels faz um som dançante e bem gostoso de se ouvir.
# Rosalía
Aos 25 anos, a espanhola Rosalía chamou a atenção do mundo em 2018. Dona de um dos hits do ano, “Malamente”, a jovem promove uma mescla interessante do pop, R&B, rap com elementos da música tradicional flamenca. com a linguagem do rap ou da música eletrônica.
“Malamente” é o carro-chefe do segundo álbum de Rosalía, El Mal Querer, e catapultou a cantora ao posto de estrela rapidamente, sendo vista por muitos como a responsável por um resgate da cultura espanhola entre os jovens. E não é exagero dizer que o álbum faz jus a toda essa “euforia” espanhola em torno de Rosalía. Aliás, nada em torno dela pode ser encarado desta forma.
Com faixas bem produzidas, letras interessantes e uma sonoridade única, Rosalía está longe de ser um “mais do mesmo” na música pop e isso é maravilhoso.
# Superorganism
Uma palavra que define bem o coletivo Superorganism é versatilidade. Desde a nacionalidade de seus integrantes – que tem pessoas dos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Londres, Austrália e Nova Zelândia – até a sonoridade, o grupo transita entre vários estilos de forma criativa e inteligente.
Comandado pela jovem Orono Noguchi, de apenas 17 anos, a banda vai do pop psicodélico ao neo-soul num piscar de olhos, brincando com melodias e batidas bem divertidas e que te transportam para um universo habitado por nomes como The Flaming Lips ou of Montreal.
Inclusive, te desafiamos a sair dessa experiência sem ficar com a chiclete “Everybody Wants To Be Famous” na cabeça.
# Tuyo
Um afrofolk futurista! É dessa maneira que o trio curitibano Tuyo pode ser definido. Composta por Lilian Soares, Layane Soares e Jean Machado, a Tuyo surgiu em fevereiro e promove uma mistura de referências sonoras com letras que falam de saudade e desilusão.
Após lançar o EP Pra Doer no fim do ano passado, o trio se voltou para o seu primeiro álbum completo. Lançado em novembro, Pra Curar reforça o peso das batidas bem casada com as vozes, lembrando o trabalho feito pelo Ibeyi, para citar um paralelo.
Quer mais seleções com o melhor de 2018? Então veja as listas já publicadas pelo Audiograma no #LISTÃO2018!