No domingo (18), Katy Perry trouxe o terceiro show brasileiro da Witness Tour para o Rio de Janeiro. A abertura da noite ficou por conta de Bebe Rexha, que apresentou grandes hits como “I got you”, que carinhosamente foi chamada de “Só da tu” devido a um cover brasileiro criado com a faixa, além das músicas “No broken hearts”, “Hey Mama”, “In the name of love” e “Me myself and I” como highlights. Com carisma e elogios aos shows anteriores que fez no Brasil, especialmente o de São Paulo, a estrela de abertura levantou o público e ainda fez uma competição com a plateia para ver qual lado do palco demonstrava melhor seu amor pela protagonista da noite: Katy Perry.
Apesar dos 30 minutos de atraso para o início do show, Katy fez um show memorável da nova turnê e se mostrou criativa, talentosa, com vocais no ponto e politizada.
A dona da noite surgiu na ponta de sua catwalk para o início da apresentação, com a música tema do seu álbum e turnê “Witness”. Ao cantar “Dark horse”, a artista havia anunciado que iria fazer a performance da favorita dos fãs, que se divertiram quando mandou já de cara um “Miga, sua louca”. Ainda no primeiro bloco, chamou um fã no palco para aprender a fazer os cumprimentos português: “Tudo bem?”, “De onde você é?”, entre outros. O fã, que teve seu momento no palco com diversas selfies, queria mais e perguntou se poderia ir ao backstage. Mas ela foi bem direta “aqui já é o backstage”.
No show, a troca de figurinos é um espetáculo à parte, além do telão com resolução impecável e uma passarela que liga o palco principal ao fim da pista premium.
As peças que vestiu incluíam muito brilho, eram extravagantes e lembram algumas vestimentas que a Lady Gaga e Cher tranquilamente usariam. Seu corpo, talvez na melhor forma de todas as suas turnês, casou perfeitamente com seus looks.
Os bailarinos também abrilhantaram a noite. Passos extremamente sincronizados e acrobacias que estavam ao patamar do Cirque Du Soleil. Sua banda também conhece perfeitamente o alcance vocal de Katy e os arranjos fizeram sua voz estar a um nível acima das demais apresentações das outras turnês.
Como mencionado acima, Katy fez um show politizado. E não é da performance de “Chained to the rhythm” que estamos falando, onde ela critica duramente as pessoas que deixam ser levadas por todas as coisas que acontecem no mundo. A cantora homenageou Marielle Franco, vereadora que foi assassinada no Rio de Janeiro. E não foi somente um imagem no telão. Ela convidou a irmã e a filha da ativista para o palco, deu voz a elas e ainda dedicou a faixa “Unconditionally” à família e ao público carioca. Os fãs gritaram por “justiça”, “Marielle” e “Fora Temer”. E, em seguida, Katy falou “Rio, vocês tem o poder” e a faixa “Power” foi apresentada.
O último bloco da apresentação trouxe os hits “Swish Swish”, desta vez sem Gretchen, e “Roar”, além de um bis emocionante de “Firework”.
Katy mostrou que não está no mundo business apenas para entreter, o que faz, de fato, muito bem, mas que também para trazer reflexões sócio-políticas mundiais.
Nota-se perfeitamente a influência de Madonna no conceito deste show. O que é algo muito bom, pois além de citarmos outra cantora pop politizada, a composição do palco foi de mais alto nível, assim como os da Rainha do Pop. Os telões que se moviam como caixas, assim como na MDNA Tour, o número em pole-dance feito por ela e um bailarino em um mastro em formato de flor lembram “Holy Water” da Rebel Heart Tour e até mesmo o collant de cone utilizado na Blond Ambition Tour estava impresso nos figurinos dos bailarinos deste espetáculo memorável que Katy realizou na Apoteose.
Nitidamente o primeiro local anunciado para o espetáculo, na Barra da Tijuca, fez com que muitos fãs desistissem da compra do ingresso, ainda que a transferência de espaço para realização do show tenha sido anunciada com certa antecedência. Mas, para uma artista que foi ao Rio pela terceira vez nos últimos sete anos, lotar a pista premium e pista comum em um período de crise do país é uma grande conquista.
E que Katy sempre traga seus shows impecáveis e memoráveis ao Brasil.
E se você ficou curioso (a) para ver a evolução das turnês de Katy Perry, não deixe de conferir a Turnêgrafia da cantora aqui no Audiograma.