O ano vai chegando ao fim e, com as várias listas que surgem por aí, bate aquele dilema moral de que, talvez, você deveria ter ouvido algumas coisas que são lembradas por aí e que, por algum motivo, deixou de lado.
Com um ano repleto de lançamentos, é complicado ouvir tudo o que apareceu nos serviços de streaming e, por isso, resolvemos listar algumas coisas que você deveria ter ouvido em 2017.
Entre álbuns ou artistas, dê play e divirta-se.
# Regina, do NiLL
Se você não é da turma do rap nacional, pode ser que tenha deixado passar batido este disco do natural de Jundiaí. NiLL trouxe um tipo de musicalidade diferente para o famoso “ano lírico” do rap brasileiro, com um sabor de excentricidade, delicadeza, sinceridade e muita, muita vida real – quer mais realidade do que usar áudios do WhatsApp num disco? Só uma canção chamada “Minha mulher acha que eu sou o Brad Pitt”.
# O novo álbum do Tyler Bryant & The Shakedown
Apesar de não ter estreado em 2017, o Tyler Bryant & The Shakedown lançou o seu segundo álbum de estúdio em novembro e, antes disso, fez um show sensacional no São Paulo Trip. Para o nosso redator Lucas Jacovini, a passagem da banda pelo Brasil foi marcante. “Foi o melhor show de abertura que já vi e um dos melhores do ano”, comenta.
# A independência de Amber Coffman
Após a sua saída do Dirty Projectors e o fim de seu relacionamento com o líder da banda, David Longstreth, a cantora norte-americana Amber Coffman seguiu em uma carreira solo sem medo de correr riscos. Ainda com um pouco de seu antigo trabalho mas navegando por novos mares, a cantora aposta num indie pop com pitadas de R&B e eletrônico que revelam uma artista em processo de descoberta e de transformação interna. Mesmo que o período tenha sido dolorido (como algumas letras nos mostram), o resultado mostrado em City of No Reply não poderia ter sido mais belo e interessante.
# Muito amor por Jessie Evans
Em 2017, essa linda cantora norte-americana ofereceu ao mundo um trabalho original, poético e cheio de boas energias. É justo citá-la aqui, pois mandou muito bem e o resultado é muito bom de ouvir. É uma honra tê-la em nosso país e esperamos que nossas terras brasileiras continuem te inspirando e gracejando, Jessie.
# Roteiro Pra Aïnouz vol.3, do Don L
Um disco que abre com a porrada “Eu Não Te Amo” – uma diss bastante clara ao mercado do rap brasileiro e suas grandes estrelas – já chama a atenção de cara. Mas Don L foi muito além: mostrou que o rap do nordeste, como Baco Exu do Blues e Diomedes Chinaski já tinham apontado lá em “Sulicídio”, respira forte e majestoso. Muito além de fofoca ou das rixas, o álbum lançado pelo cearense radicado em SP entrega produção, rimas e histórias em altíssimo nível. Mais um ponto para o rap nacional em 2017.
# Fogo, do Bratislava
Fogo é um daqueles discos capazes de surpreender. O trabalho é o terceiro registro da banda formada por Victor Meira (Voz / Synths), Alexandre Meira (Guitarra), Sandro Cobeleanschi (Baixo) e Lucas Felipe Franco (Bateria) e o resultado é algo bem intenso e com uma grande carga emocional. Um dos discos interessantes para se ouvir de 2017 de uma banda que vem chamando a atenção não é de hoje.
# A afirmação de SZA
O que dizer de Solána Imani Rowe? Conhecida pelo mundo como SZA, a cantora norte-americana resolveu soltar um dos discos mais impressionantes de 2017. Presente em diversas listas, CTRL é um dos melhores trabalhos de R&B lançados no ano e, se por algum motivo você não ouviu, deveria fazer isso agora mesmo!
# Double Dutchess, da Fergie
Sim, a Fergie não atingiu o mesmo êxito que The Dutchess teve em meados dos anos 2000 ao lançar um novo trabalho mais de 10 anos depois. Para ser sincero, passou longe de isso acontecer e, no máximo, você deve ter espionado o show dela no Rock in Rio e visto alguma coisa relacionada aos novos lançamentos da cantora.
Porem, Double Dutchess e um álbum incrível que vai do pop ao reggae e com a voz unica de Fergie Ferg. Sem contar que a produção audiovisual também deve ser levada em consideração. Não deixe de assistir o vídeo de “A Little Work” que, inclusive, é um short film. Com a competitividade gigante da musica nas plataformas de stream, as artistas que se sobressaíram nas décadas passadas perdem espaço e isso é natural. Mas a dica é não deixar passar batido aquelas que abriram as portas para os trabalhos das mais novas e a Fergie e uma delas.
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