Os amantes de música ganharam belos recursos visuais para curtir ao longo de 2016. Além de filmes e documentários, quem gosta de música teve ao longo do ano boas séries que abordavam o mundo da música.
No entanto, as produções audiovisuais viram um novo mercado crescer entre os artistas: Muitos foram os que apostaram em curtas ou em álbuns visuais para apresentarem os seus trabalhos aos fãs.
Pensando nisso, separamos algumas dicas especiais para vocês prepararem a pipoca, sentar e curtir a vontade.
# Filme: Sing Street
John Carney ficou conhecido por tocar no The Frames ao lado de Glenn Hansard. Anos depois dirigiu o amigo em Once e agora está de volta para mais um filme dedicado para a música. Sing Street é aventura, comédia e romance. É amor, é magia, é só um dos melhores lançamentos de 2016 – obrigatório para qualquer um que diz amar música.
# Série: Roadies
Cameron Crowe encantou os fãs de rock há 16 anos com Quase Famosos. Desde então passou por alguns fiascos e tentou reencontrar o sucesso na televisão com um tema que nenhum outro diretor domina tão bem: o rock n’roll. Roadies é uma deliciosa série sobre os bastidores de uma grande banda de rock e os mágicos que atuam atrás dos palcos para tornar tudo possível. Infelizmente, não teremos uma segunda temporada.
# DOC/SHOW: Justin Timberlake + The Tennessee Kids
Este registro de um dos shows de Justin Timberlake com o Tennessee Kids traz uma observação simples e rápida: ele é o novo Rei do Pop. Nitidamente influenciado por Michael Jackson, para quem faz um tributo no cover de “Human Nature”, Justin traz as coreografias aclamadas dos hits de sua carreira, projeções incríveis, um palco que se eleva sobre a plateia, voz totalmente afinada, um terno muito bem vestido e um penteado moderno. Não é preciso nem mencionar o nível dos arranjos ou o carisma totalmente presente em cada performance.
Quem teve a oportunidade de conferir o show do cantor no Rock In Rio de 2013 vai conseguir sentir novamente um pouco da emoção que é assistir um espetáculo deste grande artista, porém em Las Vegas e não na Cidade Maravilhosa, ainda que o DOC não tenha as duas horas da apresentação completa igual foi em toda a turnê.
# Série: The Get Down
Antes de mais nada, se você ainda não assistiu The Get Down, faça isso agora mesmo. É realmente impossível não se empolgar com a série produzida pela Netflix e que entrou no catálogo da plataforma em agosto. Sob o comando de Baz Luhrmann (responsável por coisas como The Great Gatsby, Austrália, Romeo + Juliet e Moulin Rouge), a série nos apresenta uma adolescência criativa e determinada dos anos 70 que respira música, seja a Disco que vinha de anos de domínio e começava a declinar ou um novo estilo que surgia nas pequenas festas e nos lugares abandonados do Bronx, esse tal de Hip Hop.
The Get Down mostra uma Nova York envolvida por diversos problemas sociais e a beira de uma crise econômica. E mostra tudo isso a partir da visão de um grupo de jovens que se vira como pode em busca dos seus objetivos, tudo isso colorido com muito grafite e com uma trilha sonora sensacional que traduz bem o momento vivido na época e toda a sua efervescência cultural. Não dá para deixar passar, de verdade.
# DOC: Steve Aoki: I’ll Sleep When I’m Dead
Um dos principais nomes da música eletrônica, Steve Aoki ganhou um documentário especial este ano na Netflix. Em I’ll Sleep When I’m Dead, as pessoas tem acesso a um outro lado do produtor que não era conhecido: A relação com o seu pai, Rocky Aoki, e como tudo isso acabou influenciando Steve em uma de suas maiores paixões, a música. Além disso, o DOC dirigido por Justin Krook ainda busca depoimentos de parceiros, amigos no meio musical e pessoas próximas ao DJ, tudo isso antes daquele que seria o maior show de sua carreira.
# CURTA: M A N I A (The Weeknd)
Abel roubou a atenção do mainstream com uma surra de hits desde “Earned It” e vem assumindo cada vez mais a sonoridade de um discípulo de Michael Jackson. Mas mesmo com o interesse do pop, ele não abriu mão de sua personalidade R&B/Urban e usa muito bem o investimento que atraiu desde 2015 em um curta com as músicas do seu último álbum de estúdio, “Starboy”. O cantor se tornou referencia para os nomes mais novos no meio pop masculino, mas mesmo com tentativas, os garotos não conseguem usar a arte com símbolos, violência e sexo e da mesma forma que Abel.
# CURTA: Fairy Dust (Tove Lo)
Tove Lo nunca foi discreta com as mensagens que queria passar desde “Queen of the Clouds”, nem com o quanto explora o sexo assim como o citado acima, The Weeknd. A sueca sempre foi dona do próprio nariz, desde as músicas até comportamento, o que reflete em seus vídeos. Para Fairy Dust, Tim Erem dirige o que aparentemente reflete a personalidade da própria cantora. Tove Lo anunciou nas redes sociais que o curta representa “uma fuga sem fim e todas as cargas e dores que vem com isso”.
# VISUAL ALBUM: Lemonade (Beyoncé)
Ao contrário do trabalho lançado por Frank Ocean (do qual falamos mais abaixo), o Lemonade é um álbum visual em sua forma mais pura e original possível, se assim podemos dizer. Existe toda uma conexão especial entre cada música e o trabalho visual no qual ela está inserida, deixando clara a existência de um lado mais pessoal, íntimo, agressivo e cru em Beyoncé que, ainda fosse possível ser notado antes, chega com uma força ou magnitude muito maior agora. Observar isso ao longo da produção visual é constatar que Beyoncé se sente livre para falar de suas raízes, cultura negra, racismo, feminismo ou fé de uma forma cada vez mais interessante. Se você ainda não viu, está disponível no Tidal.
# DOC: The Art of Organized Noize
Talvez você nunca tenha ouvido falar de fato no Organized Noize, mas apostaria dinheiro que você já ouviu algo produzido por esse grupo de produtores de Atlanta. Formado por Rico Wade, Ray Murray e Sleepy Brown, o Organized Noize trabalhou ao lado de nomes que dominaram as rádios pelo mundo a fora como TLC, Ludacris e o duo OutKast. Toda a trajetória do trio de produtores está no documentário The Art of Organized Noize, lançado neste ano pela Netflix e, para quem se interessa por esse meio, é uma ótima pedida que você pode assistir bem aqui.
# VISUAL ALBUM: Endless (Frank Ocean)
Endless foi o primeiro trabalho de Frank Ocean após quatro anos e, mesmo não sendo considerado como o seu segundo disco oficial (já que lançou Blonde dias depois), é um registro especial. Ocean deu aos fãs um trabalho visual aonde apresenta as novas faixas dentro de um ambiente todo em preto e branco. É nesse espaço que Ocean constrói uma escadaria e todo o vídeo se resume a isso. Não tem explosões, tiros, dança, sexo, viagens, nada dessas coisas que poderiam prender a sua atenção. Tem apenas Frank Ocean construindo uma escadaria enquanto escuta as faixas de Endless, álbum que tem como convidados nomes como James Blake, Jonny Greenwood, Sampha, Jazmine Sullivan e a London Contemporary Orchestra. Isso é suficiente para você correr lá no iTunes e se divertir.
# DOC/SHOW: Madonna’s Rebel Heart Tour
It’s Showtime! Após muita espera para assistir o show finalizado da última turnê de Madonna, finalmente foi exibido o espetáculo na TV americana. Rebel Heart Tour é uma turnê mais intimista da Rainha do Pop, em que podemos vê-la apostando em sucessos em versão acústica, como “True Blue”, e até mesmo as faixas que nunca haviam entrado em suas turnês como “Take a Bow” e “Love Don’t Live Here Anymore”, que infelizmente ficaram de fora da edição final exibida. Apesar de intimista, claro que tem bastante coreografias, porém menos do que em suas últimas turnês.
Desta vez parece que a Rainha se preocupou mais em agradar os fãs, se divertir, se aproximar deles e realmente falar de amor. Mas, não se engane, não é um unplugged completo. O primeiro bloco traz a energia de sempre da artista e, claro, ela não deixou de chamar a atenção cutucando a igreja católica. Disponível oficialmente apenas para residentes nos EUA, você pode ver esse registro (enquanto der) por aqui.
# DOC: Gabriel o Pensador: Derrubando muros, Expandindo horizontes
Para fechar a nossa lista, uma produção nacional: Um dos nomes importantes do rap nacional ganhou um documentário sobre a sua vida e obra em 2016. Lançado pelo Spotify, o documentário Gabriel o Pensador: Derrubando muros, expandindo horizontes aborda a infância do rapper em São Conrado e a sua proximidade com os moradores da Rocinha, até chegar a carreira repleta de sucessos como “Cachimbo da paz”, “Astronauta” e “2345MEIA78”, para citar alguns. Um belo registro que contou com a direção de João Wainer e pode ser visto na íntegra abaixo.
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