A primeira vez que a Riviera cruzou o meu caminho foi em 2013. Naquela ano, a banda deixava de ser um sonho exclusivo de seu vocalista e guitarrista Vinícius Coimbra e começava a ganhar forma e disposição de banda.
Na ocasião, fui apresentado ao EP Outono, que tinha acabado de sair do forno e contava com três músicas. Cantadas em português, com letras profundas e uma sonoridade que fazia com que a banda transitasse entre o rock alternativo e o progressivo, com uma pitada de post-grunge, a Riviera já era um trabalho que merecia atenção, principalmente pelo pensamento grande e bem estruturado que muitas bandas ainda pecam por aí.
O disco lançado em 2013 era a primeira das quatro partes de um projeto audacioso que visava lançar quatro EPs que, posteriormente, dariam origem a um álbum completo, que receberia o nome de Somos Estações. No entanto, muita coisa aconteceu desde o lançamento daquele EP – que você pode ouvir aqui – até hoje. Da formação original, continuam no barco o baixista Rapha Garcia e o guitarrista Rafa Giácomo. Somando aos três, chegaram o baterista Tulio Braga e o guitarrista Breno Machado. Agora em cinco, a Riviera inevitavelmente ganha uma nova cara e, se não fez um reboot completo na carreira, conseguiu se reinventar e fazer um som que tem mais o espírito do que é a banda hoje, seja no estúdio ou no palco.
Quase três anos depois daquele embrião, nasceu um novo filho. O conceito em torno do Somos Estações foi reescrito e, no início de abril desse ano, deu origem ao novo trabalho da banda. Com seis faixas, o EP é a síntese do que é a Riviera hoje ou, como dizem os seus próprios integrantes, é o fim de um ciclo de três anos de muito trabalho e muito perrengue.
Hoje, a Riviera é uma banda mais intensa do que antes e, com o passar das faixas, parece uma banda muito mais a vontade com todo o processo de criação e produção do que anteriormente. Quem ouve os dois EPs percebe a diferença, que se torna evidente quando se damos o play nas duas versões de “Do Revés”, única faixa que se repete nos dois trabalhos. Além dela, canções como “A Seco” e “D.O.P.E” são marcantes, mas é em “Nunca Mais” que deposito todas as boas fichas.
Lançada anteriormente através de um clipe, ela é uma daquelas músicas com instrumental bem elaborado e um refrão forte, que é capaz de ficar na cabeça logo nas primeiras audições. “Nunca Mais” é uma música que tocaria facilmente nas (poucas) rádios rock do Brasil, principalmente naquelas (pouquíssimas) que não estão amarradas nos anos 80.
O que me deixa feliz em toda essa história legal que vem sendo escrita pela Riviera é que eu tive a chance de ver o projeto dando seus primeiros passos e, anos depois, é bom ver como o trabalho da banda mineira cresceu e se tornou capaz de conquistar o seu espaço Brasil afora.
E aí, entendeu agora o que fez a banda aparecer em nosso #Listão2015?
Riviera – Somos Estações
Lançamento: 04 de abril de 2016
Gravadora: Independente
Gênero: Rock
Produção: Vinicius Coimbra e Jota Dale
Faixas:
01. Equinócio
02. A Seco
03. Do Revés
04. D.O.P.E
05. Nunca Mais
06. Pra Sentir Melhor