Don’t Kill The Magic é o debut oficial dos canadenses do MAGIC! e, com apenas uma audição, podemos compreender que o sucesso imediato da música “Rude” não foi por acaso.
Antes de falar do álbum, é preciso voltar no tempo e falar um pouco do produtor Nasri Atweh. Uma das cabeças por trás do The Messengers, Nasri trabalhou ao lado de diversos nomes do cenário Pop, seja compondo, produzindo, tocando ou fazendo backing vocals em músicas como “Never Say Never” (Justin Bieber) ou “Feel This Moment” (Pitbull). Além dos nomes citados, a lista de artistas com quem Nasri trabalhou também tem nomes como Shakira, Christina Aguilera, Chris Brown, Iggy Azalea, The Wanted, Michael Bolton e New Kids On The Block, só para citar alguns.
Acredito eu que, mesmo com o sucesso de seu trabalho, a vontade de fazer algo próprio devia martelar a cabeça de Nasri. Foi então que, em 2012, o produtor conheceu o guitarrista Mark Pellizzer. Essa amizade era o que faltava para o seu projeto pessoal sair do papel. Ao lado do amigo, recrutou o baterista Alex Tanas e o baixista Ben Spivak, dando vida ao MAGIC!.
Em outubro do ano passado, o quarteto colocou “Rude” em alta rotação nas rádios americanas e, rapidamente, alcançaram o primeiro lugar da Billboard Hot 100. Com o caminho feito, era trabalhar e lançar o seu álbum de estúdio, que chegou às lojas neste mês com o nome de Don’t Kill The Magic.
Com 11 músicas e pouco mais de 40 minutos, o disco coloca ao seu alcance um reggae fusion bem interessante, que acaba funcionando como uma ‘versão atualizada’ do The Police, se essa comparação é válida no momento. Aliás, comparação esta que fica ainda mais evidente ao ouvir a faixa “Little Girl Big World” e, pelo menos por aqui, ficar com a sensação de que o Sting vai aparecer cantarolando alguns versos a qualquer momento.
Don’t Kill The Magic é pop como não poderia deixar de ser, mostrando em suas faixas as características de suas principais influências. Além do já citado The Police, é possível identificar proximidades sonoras com nomes como 311, Sublime ou Spin Doctors. Apesar disso, o MAGIC! conseguiu mesclar essas influências e ser pop sem soar igual as influências ou a qualquer outra coisa que esteja em evidência no momento.
O álbum conta com músicas totalmente radiofônicas, capazes de manterem presentes todo esse clima de verão apresentado em “Rude”. Faixas como “No Evil”, “Don’t Kill The Magic” e “Stupid Me” estão tão prontas para as rádios como o primeiro single e, somadas a empolgante “Little Girl Big World”, fazem parte do elo mais consistente do disco. Faixas como “No Way No”, “Let Your Hair Down” e “How Do You Want to Be Remembered” são aquelas que mais carregam as raízes de reggae do quarteto, enquanto faixas como “Mama Didn’t Raise No Fool” e “Paradise” acabam criando uma ponte entre o reggae e o pop dentro do álbum. O ponto fraco acaba sendo a balada “One Woman One Man”, que parece desconexa no disco e, por mais que seja bem executada, soa ‘brega’ pelo que a banda fez nas demais faixas.
Nasri, Mark, Ben e Alex conseguiram resultado final muito bom com o seu debut. Don’t Kill The Magic vem carregado de boas letras, com um instrumental bem interessante e, com todo o clima legal que vem embutido nisso, resulta em um som capaz de ser notado e cativar um público cada vez mais sedento por coisas novas, fazendo valer ainda mais o play.
MAGIC! – Don’t Kill the Magic
Lançamento: 30 de junho de 2014
Gravadora: RCA / Sony Music
Gênero: Reggae Fusion / Pop
Produção: Adam Messinger, Nasri Atweh, Mark Pellizzer e Alex Tanas
Faixas:
01. Rude
02. No Evil
03. Let Your Hair Down
04. Stupid Me
05. No Way No
06. Paradise
07. Don’t Kill the Magic
08. One Woman One Man
09. Little Girl Big World
10. Mama Didn’t Raise No Fool
11. How Do You Want to Be Remembered