Paul McCartney, um ícone musical que transcende gerações, trouxe ao Brasil uma experiência única e inesquecível, encerrando os grandes shows internacionais de uma maneira que superou todas as expectativas. Foi um presente de Natal antecipado, uma celebração íntima que se tornou uma das melhores experiências nostálgicas que já vivi.
O início com Wings!
A jornada começou a vibrar com a canção “Junior’s Farm”, uma escolha assertiva que imediatamente movimentou a plateia. McCartney, mestre na conexão emocional, surpreendeu ao entrelaçar suas palavras com o idioma local. Desde o uso de gírias populares até a graciosa tentativa do “obrigado” tradicional, cada interação tornou-se um vinculo afetuoso entre o artista e a audiência, mostrando que a linguagem universal da música supera barreiras linguísticas. Poucas vezes na vida pensei ver um Beatle falando “Boa noite, Mano”, meu editor? Talvez sim, mas o Sr Paul McCartney não! (sinceros, risos).
A setlist, cuidadosamente elaborada, guiou-nos por uma jornada cronológica pela rica estrada musical que fez parte da carreira do cantor. Indo de “Letting Go” a “She’s a Woman”, cada canção era uma peça de um quebra-cabeça sonoro contando a história de uma carreira lendária. Os acordes de “Getting Better” e a nostalgia de “Let ‘Em In” ressoaram como pontes entre épocas, evocando memórias preciosas.
Homenagens
No ápice do show, as homenagens emocionais elevaram a experiência a um patamar superior. “My Valentine” tornou-se um tributo pessoal à esposa de McCartney, Nancy Shevell, enquanto “Here Today” reverenciou a eterna presença da lenda John Lennon, traçando um elo entre o passado e o presente. A dedicatória de “Jet” a Denny Laine e “Something” a George Harrison reforçou não apenas a maestria musical do nosso garoto de Walton, mas também sua reverência aos companheiros de banda que moldaram sua trajetória.
Durante “I’ve Got a Feeling”, quando a fronteira entre a realidade e o virtual desapareceu. Um dueto virtual com John Lennon, a partir do lendário concerto no telhado dos Beatles, estremeceu a plateia. A fusão do passado e do presente, filosófico e virtual, transformou a música em uma experiência transcendental.
THE END
O encerramento não foi apenas um fechar de olhos, mas uma reflexão musical. “The End” ressoou como uma síntese magistral de uma noite que encapsulou a grandeza de um show incrível. O público, tomado pela grandiosidade do momento, ficou imerso na reverência e na linda e tradicional chuva de papel-picado.
Por fim, Paul conduziu uma sinfonia que transcendeu o tempo e a espaço. Sua paixão, habilidade e conexão com o público elevaram este concerto a um novo nível. Essa noite, onde cada acorde era uma história e cada palavra um vislumbre do agora, permanecerá gravada em minha mente como o privilégio de testemunhar a genialidade de um dos maiores artistas de todos os tempos. É um reflexo vivo de que sempre devemos continuar e seguir naquilo que acreditamos e amamos.
SETLIST: Paul McCartney Got Back Tour em São Paulo – 09/12/2023
A Hard Day’s Night
Junior’s Farm
Letting Go
She’s a Woman
Got to Get You Into My Life
Come On to Me
Let Me Roll It
Getting Better
Let ‘Em In
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty-Five
Maybe I’m Amazed
I’ve Just Seen a Face
In Spite of All the Danger
Love Me Do
Dance Tonight
Blackbird
Here Today
Give Peace a Chance
Lady Madonna
Jet
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Something
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Band on the Run
Get Back
Let It Be
Live and Let Die
Hey Jude
I’ve Got a Feeling
I Saw Her Standing There
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
Helter Skelter
Golden Slumbers
Carry That Weight
The End