O C6 Fest está chegando: a edição de estreia do festival acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 21 de maio, trazendo em seu line-up atrações que tocam pela primeira vez no Brasil, algumas que já colocaram seus pés em terras brasileiras e artistas nacionais já consagrados, como Caetano Veloso, Tulipa Ruiz, Juçara Marçal, Linn da Quebrada e Tim Bernardes.
Com mais de vinte artistas no line-up — muitos deles vindos da cena independente e desconhecidos do grande público — espalhados nos dias de festival, pode ser uma missão complicada selecionar quais shows assistir e quais discos ouvir antes do evento. Por isso, separamos três discos indispensáveis para ouvir e conhecer antes de assistir ao C6 Fest.
Autobahn, do Kraftwerk
Ouvir esse disco torna fácil entender a animação do público com o anúncio do Kraftwerk no festival. Gravado com um sintetizador e uma bateria eletrônica, o disco começa com uma música de 22 minutos sobre como é dirigir nas rodovias alemãs — Autobahn é o nome dado a essas rodovias. Sim, é um disco sobre dirigir na Alemanha, algo digno de causar inveja à Olivia Rodrigo.
Brincadeiras à parte, Autobahn é um disco que todo mundo deveria ouvir pelo menos uma vez na vida. Isso porque ele é tão instigante quanto é confuso, interessante e fácil de desgostar da mesma maneira, e realmente impressionante. É uma viagem (literalmente) de difícil compreensão, mas que, ao mesmo tempo, é extremamente simples: a letra que abre o disco é “Nós dirigimos na auto estrada”. Não tem como ser mais simples do que isso.
Geralmente o Kraftwerk toca uma versão reduzida da faixa título do disco em seus shows, mas, se você ainda não os conhece, o Autobahn é a porta de entrada definitiva para o trabalho da banda alemã.
Em Nome da Estrela, de Xênia França
Disco mais recente da brasileira Xênia França, Em Nome da Estrela é a obra que a consagra como referência no afrofuturismo brasileiro — movimento cultural que utiliza a tecnologia e a ficção científica para projetar um futuro para a comunidade negra. Em sua música, um pop que desconstrói e mistura R&B, jazz e samba, Xênia usa sintetizadores, arranjos de cordas e batidas que lembram ritmos ritualistas para falar sobre ancestralidade, suas vivências como mulher negra e a ideia de trilhar um novo caminho a partir de agora.
Além de sua estrela principal, Em Nome da Estrela traz um conjunto de nomes de peso em suas parcerias e em seus créditos: Arthur Verocai é a participação entre Ânimus x Anima, Rico Dalasam aparece em Já É e Xênia faz uma releitura de Futurível, composição de Gilberto Gil. Por fim, Luiza Lian é a compositora de Dádiva, que traz uma das reflexões mais belas do disco.
Além de Em Nome da Estrela, Xênia França também deve cantar músicas de seu disco de estreia, Xênia, lançado em 2017 — outra obra imperdível para conhecer mais sobre o trabalho da artista.
Collapsed in Sunbeams, de Arlo Parks
Escrito em grande parte em seu quarto — o que, somado às questões abordadas nas letras, torna a obra algo extremamente intimista —, Collapsed in Sunbeams é o disco de estreia de Arlo Parks e traz uma mistura de pop com R&B e soul que lembra vagamente (e de uma maneira muito positiva) o Ego Death, do grupo estadunidense The Internet.
No disco, Arlo fala sobre seus conflitos em relação à sexualidade e lembranças da adolescência, tornando-a uma artista que não tem medo de ser ou hesita em ser vulnerável. É como se entrássemos em sua casa e pudéssemos observá-la escrevendo suas músicas sem limitação alguma e ainda contando com a ajuda do produtor Gianlucca Buccellati e com a participação de Clairo.
Além disso, uma das partes mais positivas do disco é que, ao contrário da maioria dos discos lançados na época da pandemia de COVID-19, como o Future Nostalgia, de Dua Lipa, esse não é uma daquelas obras que nos faz lembrar do cheiro de álcool em gel e da sensação de máscaras no rosto: Collapsed in Sunbeams é uma obra atemporal, que não sentiu os efeitos ou marcas dos anos que se passaram.
C6 Fest tem mapa dos palcos no Ibirapuera divulgado
O C6 Fest dividirá uma área do Parque do Ibirapuera em cinco diferentes palcos para abrigar seu público e suas mais de vinte atrações durante os dias de shows.
Na última semana, o mapa do festival foi divulgado em seu perfil do Twitter, mostrando onde ficarão locais como a Tenda Heineken, que será palco de Weyes Blood e The War on Drugs, e o Auditório, palco de Caetano Veloso e Kraftwerk.
Confira o mapa do C6 Fest:
Sobre o C6 Fest
A primeira edição do C6 Fest será realizada em São Paulo, nos dias 19, 20 e 21 de maio, e no Rio de Janeiro, nos dias 18, 19 e 20 de maio.
Além de Kraftwerk, Xênia França e Arlo Parks, o C6 Fest contará com Caetano Veloso, Tim Bernardes homenageando Gal Costa, Samara Joy, Black Country New Road, Weyes Blood, Jon Batiste Christine and the Queens e The War on Drugs em seu line-up.
Em São Paulo, o evento acontecerá no Parque do Ibirapuera e se dividirá em quatro espaços: a Tenda, que receberá as atrações principais, o Pacubra, nome dado pelo festival ao subsolo do Auditório do Ibirapuera, e tanto o espaço interno quanto externo do Auditório do Ibirapuera. No Rio de Janeiro, os shows acontecerão no Vivo Rio.
Os ingressos ainda estão à venda no site oficial do evento e custam de R$90 a R$3500 para a edição paulista, e de R$250 a R$1400 para a edição carioca.