Muitos foram os comportamentos que foram alterados por conta da pandemia e o mercado musical vem tentando se encontrar, principalmente quando o assunto são os shows.
Após as lives ganharem força, diversos artistas tentam criar conceitos e formas de se aproximar do público em um mundo de isolamento. Foi com isso em mente que o The Hives resolveu fazer uma turnê mundial sem sair de seu país.
A The World’s First World Wide Web World Tour é a primeira turnê mundial digital, na qual a banda fará apresentações ao vivo para 6 cidades específicas, nos horários em que habitualmente se apresentariam nesses locais, mesmo que isso represente fazer barulho às 6 da manhã na Suécia, terra natal do grupo.
Tidos como uma das boas bandas para se ver ao vivo, conversei com o guitarrista Nicholaus Arson para saber um pouco mais do projeto e, claro, perguntar sobre o período de isolamento e os planos do The Hives para o futuro.
Para muitos, o ano de 2020 foi um momento para revisitar o passado e com vocês não foi diferente. Os fãs puderam ver shows antigos com a Hivemanor Livemanor, teve o lançamento do Live At Third Man Records… como foi olhar para a trajetória da banda durante esse período incerto de pandemia?
Mais legal do que o esperado. Eu geralmente tenho dificuldade em rever os shows que já fizemos ou ouvir as coisas que fizemos ao vivo. Eu quero que o show ao vivo seja algo que acontece aqui e agora, e daí a gente segue para outros shows. Mas eu gosto bastante dos shows com outras bandas – então acho que é mais legal para os fãs do que para nós, porém, como eu disse, foi mais legal do que eu esperava.
Os singles “I’m Alive” e “Good Samaritan” saíram em 2019 e, desde então, os fãs aguardam novidades sobre um novo álbum. Como está esse processo atualmente? É possível dizer se o álbum será lançado em 2021?
Estávamos nos preparando para gravar algumas coisas na primavera de 2020, mas assim que a pandemia chegou, nós não conseguimos ir a estúdios, mal conseguimos ensaiar, então é difícil dizer. Também não queremos lançar um disco sem conseguirmos fazer turnê, então o mais provável é que lancemos algo quando tudo isso acabar. No momento, nós estamos trabalhando em dois álbuns completos e temos muito material para um terceiro disco também. Como e quando nós vamos conseguir gravar depende do vírus, ao que parece.
Vocês começam esse novo ano com uma turnê mundial totalmente diferente. Como surgiu a ideia da The World’s First World Wide Web World Tour e o que podemos esperar dessa série de shows?
É somente um esforço para que o show digital seja o mais próximo possível de um show ao vivo normal. Para nós, o show ao vivo é 50% banda e 50% plateia. A máquina The Hives funciona à base de palmas e gritos, então nós precisamos disso (para a World Wide Web Tour) para podermos performar da melhor forma possível.
Vocês são conhecidos por shows explosivos e marcantes por onde passam. Inclusive, já fizeram alguns shows memoráveis aqui no Brasil. Como recriar todo esse clima no formato online e, principalmente, como suprir a ausência do público?
É, essa é a parte difícil, mas nós estamos dando uma chance honesta ao ter os fãs mandando gravações de voz deles gritando, ao usar barulhos de plateia de shows anteriores da cidade em que vamos tocar, e ao ter as pessoas votando em músicas para se sentirem mais envolvidas. Teremos uma tela para o Pelle, para que ele possa ver e tentar se comunicar com as pessoas o melhor que ele puder. Essa é uma parte, pelo menos.
Podemos esperar por material inédito durante essa turnê online?
Definitivamente sim. Vamos tocar coisas novas!
The Hives durante a primeira apresentação da turnê, para Berlim. [Reprodução: Instagram]
Me lembro claramente, quando ouvi o Hives pela primeira vez – e isso tem já tem muito tempo – eu tive a sensação de que tinha encontrado uma banda para ouvir pelo resto da vida. O mesmo aconteceu quando vi vocês ao vivo pela primeira vez. Você se lembra de algum artista que tenha lhe causado esse mesmo impacto?
Sim, quando eu tinha 6 anos, eu descobri o AC/DC. Eles têm sido um amor para toda a vida. Além disso, em um contexto mais geral, quando eu descobri o punk e também rock dos anos 50 e 60. Foi como voltar para casa, de certa forma. Essas coisas nunca passarão para mim.
Para fechar, quais músicas ou artistas você tem ouvido com frequência atualmente?
Principalmente The Hives, para ser sincero, já que estamos trabalhando em material novo e ensaiando para esses shows. Quando eu chego em casa à noite, eu não costumo ouvir música depois de um dia todo trabalhando com isso. Mas tem muita coisa boa. Eu gosto de uma banda sueca chamada Trubbel – eles são ótimos. Ontem, enquanto eu cozinhava, eu estava ouvindo The Violent Femmes – meio que revisitando os anos 90.
The Hives: The World’s First World Wide Web World Tour
Datas:
- 21 de Janeiro | Berlim | 20:00 CET
- 22 de Janeiro | Londres | 8:00pm GMT
- 23 de Janeiro | New York | 7:00pm ET
- 28 de Janeiro | Sydney | 9:00pm AEDT
- 29 de Janeiro | São Paulo | 20:00 BRT
- 30 de Janeiro | Stockholm | 20:00 CET
Informações: http://www.bestlivebandontheplanet.com
Ingressos: https://store.thehives.com