A turnê Os Três Primeiros, do Skank, é um verdadeiro presente para os fãs nostálgicos que acompanharam o início do sucesso da banda nos anos 1990, através de seus três primeiros álbuns: Skank (1993), Calango (1994) e O Samba Poconé (1996). Músicas como “Te Ver”, “Indignação”, “Jackie Tequila” e “Garota Nacional” fazem parte da história do rock nacional e, seguidas pelos sucessos que a banda continua fazendo, compõem um repertório admirável.
É bem difícil ouvir alguém afirmar que não curte Skank. A banda mineira fala de amor, diversão, saudade, política e, além das letras tocantes do vocalista Samuel Rosa, há grandes parcerias, incluindo aquela que, possivelmente, é a mais significativa, Nando Reis.
O fato de não ter nenhum álbum ao vivo gravado nos anos 1990 incomodava os integrantes. Nada mais justo, então, fazer uma turnê que abrange os sucessos dessa época. Sábado, 1 de setembro de 2018, foi a vez da cidade de São Paulo conferir o que a banda preparou para os fãs mais nostálgicos, e eu posso dizer que quem aguardava por este show não se decepcionou.
Com ingressos esgotados, a banda lotou o Credicard Hall e colocou todo mundo para cantar e pular ao som de músicas que marcaram época. A abertura da apresentação, com “Réu e Rei” e “Tanto” fez o público voltar ao ano de 1993 e cantar com Samuel Rosa. “Homem que Sabia Demais” e “Indignação” mantiveram a animação da galera, mas a sequência formada por “Jackie Tequila”, “Pacato Cidadão”, “Esmola” e a versão da banda para “É Proibido Fumar”, do Roberto Carlos, trouxe ao Credicard Hall a animação digna de um grande público para uma grande banda. Também foi assim com “Te Ver”, “É Uma Partida de Futebol”, “Garota Nacional” e “Tão Seu”, como já era de se esperar.
Mas, apesar do título da turnê, o Skank tocou também músicas mais recentes. “Vou Deixar” elevou ainda mais o ânimo do público sedento de hits, e a bela “Sutilmente” proporcionou um dos momentos mais emocionantes da apresentação.
No encore, a banda tocou sua nova música, “Algo Parecido” e deu de cara com um público que já tem a letra na ponta da língua. Tivemos ainda “Resposta”, “Dois Rios”, “Ainda Gosto Dela” e, pra fechar, “Saideira”, que, confesso, não imaginava que colocaria a galera pra cantar com tanta energia. Foi um fim de show emocionante e inesquecível, deixando em evidência a evolução e o amadurecimento do Skank como banda, mas sem menosprezar seu passado. Senti falta de “Balada do Amor Inabalável” e “Canção Noturna“, mas não a ponto de ter gostado menos do show por isso.
O carisma do vocalista Samuel Rosa é o norte da banda e, ao lado de Henrique Portugal (teclados e vocal de apoio), Lelo Zaneti (baixo e vocal de apoio) e Haroldo Ferretti (bateria), ele brilha de maneira ímpar. Os músicos de apoio Doca Rolim (guitarra e vocal de apoio), Vinícius Augustus (saxofone), Paulo Márcio (trompete) e Pedro Aristides (trombone) também são essenciais para a sonoridade da banda, e auxiliam na experiência de tornar o show do Skank algo pelo qual todos os amantes do rock nacional merecem passar.
Setlist:
- Réu e Rei
- Tanto (I Want You)
- Homem Que Sabia Demais
- In(Dig)nação
- Baixada News
- Jackie Tequila / Chega Disso
- Pacato Cidadão / Let ‘em in
- Esmola
- É Proibido Fumar (Roberto Carlos cover)
- A Cerca
- Te Ver
- O Beijo e a Reza
- Vinheta Poconé
- É uma Partida de Futebol
- Os Exilados
- Eu Disse a Ela
- Zé Trindade
- Garota Nacional
- Tão Seu
- Acima do Sol
- Três Lados
- Vou Deixar
- Esquecimento
- Sutilmente
- Vamos Fugir
Encore:
- Algo Parecido
- Resposta
- Dois Rios
- Ainda Gosto Dela
- Saideira
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Fotos: Diego Ruahn