O amigo John Pereira resolveu bancar a Madre Teresa e tentar (pelo menos, né?) aliviar a barra do Nickelback.
Acredito que a banda sofra com um preconceito bobo por parte do grande público que julga apenas pelo que conheceu pela televisão, conforme o John já havia adiantado.
Claro que cada pessoa tem a sua própria bagagem cultural que interfere na maneira como uma arte é absorvida, especialmente quando existe todo uma atmosfera negativa que grita: “NICKELBACK É RUIM! É A BANDA DO HOMEM MAIS FEIO DO ROCK! ELE TÁ PEGANDO A AVRIL LAVIGNE!”, dentre outras besteiras. No entanto, para quem aprecia músicas de rock com bastante peso nas guitarras (mas sem ficar chato como na maioria dos casos), é um bom momento para plugar os fones no ouvido e conhecer o lado B da banda que te encheu o saco com “Someday” ou “Too Bad”.
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01) “Never Again”
Na época em que conheci o Nickelback, me senti um tanto cansado de “Too Bad” ou “How You Remind Me”. Um amigo tinha aquela mídia cada vez mais rara de se encontrar na casa de alguém que não seja tarado por música e colocou o disco para a gente ouvir. Talvez seja pelo baixo, talvez pela letra, talvez pela combinação de tudo, mas “Never Again” bateu de primeira e foi o momento em que passei a respeitar o Nickelback. Que música.
[youtube]http://youtu.be/hYXb0ZqKucA[/youtube]
02) “Animals”
Vamos ser sinceros aqui. Existem duas bandas chamadas Nickelback. Uma é aquela que vez ou outra acerta nas baladas, vai falar que você não curte nenhuma? mentiroso de uma figa!, e a outra é uma banda que faz verdadeiras porradas. Um exemplo é “Animals”, provavel que seja uma das músicas que fazem mais sucesso nas apresentações. Pretendo descobrir isso no Rock in Rio.
[youtube]https://youtu.be/FlsbFJshXpo[/youtube]
03) “This Means War”
A primeira coisa que ouvi do disco mais recente foi uma balada horrorosa que prefiro nem me lembrar do nome (“When We Stand Together”). Aí fiquei curioso com “This Means War” e lembrei logo de um filme homônimo (Guerra é Guerra, no Brasil). Felizmente a música não faz feio e a riff de guitarra nervosa faz sua cabeça se mover sem a sua vontade.
[youtube]http://youtu.be/b3vJ5XyjGa8[/youtube]
04) “Bottoms Up”
Na lista anterior, o John citou “Midnight Queen” e logo acima temos “This Means War” para totalizar três faixas do disco mais recente. Considerando que a banda virá ao Brasil para o show da turnê atual, nada mais justo que selecionar o material mais recente (e que possivelmente será tocado durante a apresentação). Riffs agressivas, bateria marcadona, e as linhas vocais que praticamente obrigam o fã a gritar os versos junto.
[youtube]http://youtu.be/mT7EcNHovJ8[/youtube]
05) “Burn it to the Ground”
Talvez seja a música de encerramento do show no Brasil. Pelo menos costumava ser em apresentações da banda ao redor do mundo, e convenhamos: a faixa do pesado penúltimo disco, Dark Horse, funciona tanto como cartão de visita para incendiar o público quanto para despedir em grande estilo. De novo temos riffs agressivas e vários solos ao longo da canção e dos berros de Chad. A assinatura Nickelback está presente: estrofe com a dinâmica dos instrumentos caindo e ficando apenas o vocalista precedendo o retorno barulhento da banda.
[youtube]http://youtu.be/BxgeSv88c2w[/youtube]
06) “If Everyone Cared”
É uma das músicas que conseguem equilibrar as duas facetas do Nickelback. Você tem os dedilhados tradicionais de baladas como “Savin’ me” ou “Photograph” (confesso gostar muito – tô nem aí se vai queimar meu filme) casando com a bateria pesada que a banda coloca nas faixas voltadas para aqueles que gostam de balançar a cabeça freneticamente.
[youtube]http://youtu.be/-IUSZyjiYuY[/youtube]
07) “Figured You Out”
Tentei incluir uma balada na minha lista de 7, mas minha namorada provavelmente terminaria comigo se eu fizesse qualquer declaração de amor para ela envolvendo o Nickelback. Considerando os riscos, “Figured You Out” é daquelas músicas de rock com uma letra deliciosamente provocante e que você não tem certeza se ela pode significar algo bom ou ruim. Independente dos motivos que inspiraram meu amigo Chad, o resultado é mais uma obra subestimada do Nickelback.
[youtube]http://youtu.be/FIjRo-gMlKE[/youtube]
Ps.: Existe algo positivo em “How You Remind Me”? Para fechar o especial dedicado ao Nickelback, resolvemos aumentar um pouco o tamanho do post e falar do single-mor lançado pela banda em toda a sua vida e que perpetuará por longos e longos anos.
Tullio Dias: Fiquei anos, anos e mais anos sem ouvir esta música. Ouvi recentemente para escrever o especial, e foi muito legal a quantidade de lembranças que tive. Naquela época, 2001, eu começava a me aventurar no mundo dos baixos e a música passava obrigatoriamente pela MTV, ou seja, ria demais das tentativas do vocalista em ser um grande ator. O roteiro bobo do clipe não me convenceria nem em um milhão de anos que aquela magrela estranha poderia ser rejeitada pelo Chad Kroeger. Ô casalzinho escumungado, viu? Hoje, mais de dez anos depois de seu lançamento, “How You Remind Me” é, no mínimo, uma boa canção com influências do Bush e do pós-grunge. Ah, claro, ela irrita menos.
John Pereira: “How You Remind Me” é daquele tipo de música que irrita só de falar o nome. Em 2001, ela parecia legal quando a ouvi pela primeira vez. Vale lembrar que foi ela que fez com que o meu interesse pela banda surgisse. Depois de ouvir o resto do CD, deu para se ter uma dimensão melhor. Depois de ouvir ela tocando a exaustão no rádio, na TV, nas lojas, despertadores, celulares e players da época (que ainda nos faziam usar fones de ouvido, bons tempos), a música se tornou um porre. E assim segue até hoje. Consegue ser pior que as baladas sem nexo mais recentes. Como lembrado pelo Tullio, existem dois Nickelbacks… e o das baladas nunca me agradou.