Radicada na Europa desde 2014, Charm vem trilhando uma jornada marcante desde o lançamento de seu primeiro EP, Extended Play, lançado em 2020, e agora, em 2023, ela se prepara para expandir ainda mais seus horizontes, a fase mais madura reflete diretamente seu mais recente single, “Dizpara”.
O lançamento da faixa, ocorrido em 01 de dezembro, não apenas demonstra a maturidade artística da cantora, mas também serve como um prelúdio para seu próximo projeto – o EP First Things First, programado para ver a luz do dia em 2024.
O single é uma fusão ousada de Rap e Hyperpop, onde Charm habilmente entrelaça elementos do Trap e da sonoridade eletrônica, criando uma experiência auditiva interessante. Em seu próximo EP, First Things First, a cantora promete inaugurar uma nova era em sua carreira.
A equipe do Audiograma teve o prazer de mergulhar no universo musical de Charm Mone e explorar as camadas profundas de sua arte. Você pode conferir a entrevista completa abaixo:
Como a sua nova fase artística reflete a sua jornada e crescimento como artista desde o lançamento do seu primeiro EP em 2020?
Desde o meu primeiro EP em 2020, minha música evoluiu bastante! No início, eu estava explorando o som de uma perspectiva ainda muito experimental, sem muita ideia do que eu queria musicalmente, além de expressar o que eu sentia naquele momento. Agora me sinto mais segura nas minhas produções, e mais atenta à parte técnica mesmo, o que naturalmente se desdobra para essa nova fase artística.
Nesse período pós pandemia, experimentei novos estilos, absorvi tudo que aprendi nos palcos e sessions da vida, e claro, tenho me divertido bastante no processo. Cada música nova conta uma parte diferente da minha história e mal posso esperar para compartilhar mais essa jornada musical com todos vocês!
O que inspirou você a explorar uma abordagem mais arrojada de Rap e Hyperpop na música “Dizpara”, e como esses elementos contribuem para a sua expressão artística?
Literalmente mostrar que a música ainda pode ser divertida e inusitada. O Rap me fez voltar a acreditar na minha voz, me faz querer ser mais direta na mensagem que quero passar e, de certa forma, traz a tona uma versão minha que eu já estava sentindo muita falta. rs
Quando fiz o beat eu estava em um momento muito denso sentimentalmente, precisei descarregar ali e a mistura fez sentido, sei lá, nenhum sentimento tem só um lado…
Com colaborações notáveis na cena musical brasileira, como Jão, Urias, e Lyzza, como essas experiências influenciaram o seu desenvolvimento artístico e a criação do novo EP?
Escrever e colaborar com outros projetos/artistas sempre somou muito ao meu processo artístico, acaba sendo a forma que eu estudo, exército e aprendo mais sobre música e tudo que a engloba. Eu tinha umas inseguranças com minha letra e melodia/flow, por exemplo, e testar isso em outras vozes/propostas foi fundamental para eu confiar mais naquilo que sei fazer, e consequentemente, me preparou muito para o que tô fazendo agora.
Você mencionou que a nova era musical vai além do aspecto estético, envolvendo riscos na letra, no flow e em cada detalhe. Como esse desejo de arriscar se manifesta em termos de inovação e experimentação em sua música?
Eu diria que envolvem palpites mais arrojados ao invés de riscos. Meu risco talvez tenha sido me manter autêntica naquilo que faço, jogando muito contra a onda de padronização que existe dentro da música e daquilo que achamos ser “bom” ou “ruim” ou ainda, daquilo que cabe à figura de mulher que represento.
Eu acredito que arrisco quando não deito pra um projeto musical elaborado por labels ou uma artista produto lapidada por um grupo de homens brancos ou não, alimentados pelo poder que conquistaram em um software. Meu risco é fazer tão bem aquilo que faço, é gastar minha saúde física e mental para servir em todos os aspectos daquilo que tô fazendo, eu tô no beat, eu tô na letra, no flow, na direção criativa de tudo, na edição da foto de capa, na arte gráfica… eu faço tudo! E sei que tem muitas mulheres na cena que também fazem, longe de mim sentir-se única, mas é importante expressar essa fato para que haja cada vez mais espaço no imaginário daquelas que estão começando, a gente precisa cada vez mais poder ter o suporte de homens e não necessariamente precisar ou ser esse o único caminho para o sucesso.
Isso tudo me impulsiona para o novo, uma mistura de ódio pelo que vivi e amor pelo que ainda vai ser!
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