No pulsar vibrante de 2023, o universo musical revelou-se como um espelho fiel dos acontecimentos que moldaram o meu ano. Na sinfonia caótica de 2023, separei 13 musicas que estão entre meu top100 musicas mais ouvidas do ano.
À medida que minha percepção musical se expande, vou acolhendo novas nuances e experimentações, percebo que a escolha reflete não apenas minha evolução pessoal, mas também as complexidades e reviravoltas que marcaram este capítulo. A musica possui um poder único de conduzir o ouvinte para os mais profundos pensamentos, indo da vontade de dançar ou ate mesmo a ideia de ficar uns dias em completo isolamento.
Neste contexto, torna-se evidente a importância de explorar a diversidade artística, navegando por todos os tamanhos e gêneros, para compreender e apreciar o panorama completo da expressão humana. “Do Meu mundo para o Mundo” convida a uma jornada auditiva tão pessoal, celebrando a riqueza que reside na música e na arte de artistas dos mais variados gêneros.
Bom, a ideia central dessa conversa e te indicar 14 sons para integrar a sua playlist, sem mais delongas, vamos lá!
1) “Vertebrae”, do DIVEBAR YOUTH
DIVEBAR YOUTH surgiu como um projeto do multifacetado Vinnie Barbaro, artista, compositor e produtor, cujo percurso é profundamente enraizado na necessidade de adaptação.
A trajetória de sua família imigrante, fugindo da pobreza em busca de uma vida melhor, instigou em Vinnie um impulso constante de progresso. Desde sua infância, a música serviu como o canal através do qual ele criou sua identidade, escapando das batalhas de conformidade e aceitação. A expressão artística de Vinnie, encapsulada no DIVEBAR YOUTH, não apenas testemunha seu crescimento pessoal, mas também reflete sua habilidade única de sintetizar uma variedade de influências em uma visão musical coesa.
Conheci a banda através de redes sociais, pesquisando sons que são semelhantes ao meu consumo geral. A canção “Vertebrae” foi lançada como single em 2023 sendo ela uma das minhas favoritas do ano.
2) “Bitte, Herr Märtyrer”, do Bilderbuch
Com uma fusão sonora que equilibra elementos clássicos e modernos, o Bilderbuch solidifica sua posição como uma das mais proeminentes bandas de língua alemã em escala global. Desde sua fundação em 2005, a banda tem habilmente gerado sons impactantes em todo o mundo, graças ao seu distintivo toque e som característico.
Sem dúvida, sou parcial ao afirmar que o Bilderbuch é, sem sombra de dúvidas, minha banda favorita. Minha conexão com o trabalho deles teve início durante a exibição de um filme em um festival há alguns anos, e desde então, suas músicas têm sido uma presença constante em todas as minhas listas de fim de ano. Este ano, em 2023, optei por mergulhar ainda mais no passado, dedicando uma considerável parte do meu tempo à apreciação de um dos discos mais antigos da banda.
3) “Am Ende”, do Kraftklub
Bom, não vou me alongar muito pois quero retornar em breve com um material completo sobre essa banda incrível. O Kraftklub, originário de Chemnitz, destaca-se como uma banda alemã que caminha acima de fronteiras musicais ao fundir elementos de rock/indie e Sprechgesang em suas composições, onde as letras em alemão conferem uma identidade única. A sonoridade singular do grupo é frequentemente descrita como uma envolvente mistura de rap e indie, evidenciando a habilidade da banda em mesclar estilos diversos.
Conheci o som da banda durante aulas de alemão, apesar de ainda não ser completamente fluente canto essa musica sem errar um trecho sequer. Inclusive, de 2 anos para cá ela sempre se faz presente em minhas playlists e viagens de carro.
4) “Démons”, de Angéle & Damso
Do Twitter (X) para ao mundo!
Angèle surgiu como uma personificação vívida de sua geração, se manifestando de maneira magmática e experimental, desafiando as fronteiras preestabelecidas entre gêneros musicais que agora parecem nada mais do que uma lembrança distante. Navegando habilmente por territórios que abrangem pop, rap, eletro e além, ela transcende as convenções musicais com uma fluidez digna de uma artista madura. Inspirada por figuras influentes como Damso e Stromae durante grande parte de sua jornada, Angele não apenas seguiu seus passos, mas agora caminha lado a lado com eles, consolidando-se como o novo prodígio da música belga.
Com a eleição da capa do álbum como a mais bonita do planeta, uma aclamação notável que circulou pelo Twitter nos últimos anos, a música de Angéle entrou de forma marcante em minha vida, me conquistando não apenas pela sua sonoridade única, mas também por um apelo estético distintivo. Não se pode negar que um álbum com uma capa tão extraordinária só poderia ser portador de hinos igualmente incríveis, não concorda?
5) “Tip Toe”, de Tim Freitag
Tim Freitag é capaz de evocar emoções intensas, seja provocando lágrimas de alegria ou de aflição – tudo depende exclusivamente do ouvinte. Os talentosos músicos de Zurique exploram todo o espectro de sentimentos em suas envolventes canções e letras emocionantes.
Inserir a arte de Tim Freitag nas minhas playlists é mais do que uma simples adição musical é a confirmação de que o modo aleatório pode, de fato, entender os devaneios da minha mente. Me lembro da tarde em que me vi imerso na busca por algo singular, alguém com um som distintivo que realmente capturasse minha atenção. Foi quando a intro de “Tip Toe” cruzou meu caminho, me deixando completamente abismado. Essa experiência inicial foi apenas o ponto de partida para uma jornada musical mais profunda, que ate hoje me leva a explorar avidamente todo o repertório da banda.
6) “Level”, do Black Pistol Fire
Black Pistol Fire, originária do Canadá e estabelecida em Austin, constitui-se como uma talentosa dupla de rock composta por Kevin McKeown e Eric Owen. O estilo musical singular do grupo é uma fusão envolvente entre o clássico rock do sul e o enérgico punk de garagem. A habilidade excepcional de McKeown e Owen em harmonizar esses elementos distintos confere ao som da banda uma autenticidade marcante, capturando a essência dinâmica e crua do rock que ressoa com uma audiência diversificada.
Em 2021, a banda experimentou um verdadeiro BOOM na mídia brasileira com o lançamento do icônico álbum Look Alive que, com o passar dos anos, conquistou um lugar especial entre os meus favoritos. A fusão do punk e rock presentes no disco se revelou como uma trilha sonora perfeita para inúmeros momentos da minha vida. Em particular, a faixa “Level” e diversas outras se tornaram escolhas ideais para embalar noites de jogos e diversão ao lado de amigos.
7) “Lebst”, de ALLES SOLAR
O projeto ALLES SOLAR rendeu muitos bons sons nos últimos tempos. O multi-instrumentista e cineasta que encabeça o projeto mergulhou na criação de um universo sonoro e visualmente único. Sua música pop, desprovida das amarras da complacência, oferece uma experiência envolvente, combinando o atordoante, o frágil e o íntimo. Imerso nesse mundo sombrio, que simultaneamente evoca coragem e esperança, o artista enfrenta os humores contemporâneos, questionando, acima de tudo, suas próprias ações e decisões.
Desde o início dos meus estudos em cinema, fui atraído pelo projeto. A sintonia entre a proposta e meu gosto musical tornou-se evidente quando alguns colegas destacaram a harmonia entre uma das músicas e minha preferência pessoal. Embora tenha hesitado inicialmente, ao finalmente conceder uma oportunidade, experimentei uma explosão de inspiração dentro da minha mente. Esse encontro de mentes, como se fosse um diálogo entre cineastas, revelou-se uma experiência enriquecedora para mim, que estou trilhando os primeiros passos na trajetória do cinema.
8) “ANDROMEDA”, de Weyes Blood
Natalie Laura Mering, cujo nome artístico é Weyes Blood, destaca-se como uma talentosa cantora, compositora e multi-instrumentista dos Estados Unidos. Ao longo de sua carreira, testemunhamos uma evolução marcante em sua música, desde os primeiros passos até o estágio atual, um ápice artístico que a consagra como uma deusa da música alternativa. Seu percurso artístico é permeado por transformações significativas, cada fase contribuindo para a construção de uma identidade musical única. Atualmente, Weyes Blood personifica a excelência na cena alternativa, consolidando-se como uma figura singular e inspiradora para apreciadores da boa música.
A potência transformadora da canção “Andromeda” é simplesmente avassaladora, seja experimentada ao vivo ou imersa na intimidade dos meus fones de ouvido. Cada acorde desencadeia uma jornada cósmica, conduzida pela voz de Natalie. Sua interpretação não apenas cria uma atmosfera sonora, mas também se torna um veículo para a transmissão de arte e expressão. A melodia é uma exuberância genuína, onde cada tom e acorde são entrelaçados para criar uma experiência musical rica e envolvente.
9) “Salve”, de Tasha & Tracie, JXNV$, Pizzol
Tasha e Tracie, irmãs gêmeas brasileiras, compõem uma dupla de rappers ativas na arte, moda, ativismo e música. Unindo rap e funk em suas canções, abordam temas como cultura negra, vivência periférica, sexo, ostentação, moda, confiança e autoestima. A trajetória ascendente teve início com o EP Rouff (2019) e consolidação com Diretoria (2021). A boa recepção rendeu convites para colaborarem em álbuns de Ludmilla, Djonga e Gloria Groove, contribuindo para Vilã (2023), Lady Leste (2022) e O Dono do Lugar (2022). Antes de MCs, foram camelôs, trabalharam em telemarketing e lojas de shopping, mantendo o blog “Expensive $h1t” sobre autoestima e autonomia. Além de MCs, atuam como DJs, colunistas, diretoras de arte, estilistas, designers e palestrantes, sendo criadoras do movimento “it favela”, do já citado blog e do coletivo MPIF.
O impacto de “Salve” transcendeu a minha introdução ao universo do rap feminino, marcando uma presença significativa em minha experiência musical. Não se limitando a uma posição convencional em minha lista de reprodução, essas artistas ocupam com destaque o top 10 dos mais ouvidos ao longo do ano de 2023. É notável ressaltar que, ao longo desse período, tive a incrível oportunidade de presenciar não menos que 11 apresentações ao vivo das minhas gêmeas favoritas.
10) “Sereno”, de Caio Weber
O músico, conhecido por sua expressão única, utiliza a melodia triste como ferramenta para confrontar e superar adversidades. Ele atua como vocalista na banda Cefa e também em seu projeto solo, sob seu próprio nome. Essa dualidade artística entre colaboração e expressão individual proporciona um equilíbrio peculiar, transformando a tristeza em uma narrativa emocional profunda.
Descobri a obra de Caio Weber por meio de amigos que compartilhavam trechos de suas músicas nas redes sociais. Particularmente, aprecio a ideia de que uma dessas composições tenha sido dedicada a alguém em específico. A totalidade da canção instiga reflexões profundas sobre o amor e momentos marcantes em nossas vidas, mesmo que eu não tenha vivenciado pessoalmente essas experiências (risos).
11) “Beam”, do Burst Into Fire
A banda brasileira de heavy metal, independente e formada em 2019, é liderada pelo carismático vocalista Raphael Andrade e composta pelos talentosos músicos David Matos e Gabriel. Desde sua fundação, o grupo tem marcado presença de forma impactante na cena underground de São Paulo, tornando-se uma força pulsante e vibrante nos últimos anos. Com uma sonoridade única e poderosa, a banda não apenas conquistou o respeito dos fãs locais, mas também vem se destacando além das fronteiras da cidade.
Aqui, é difícil dar uma opinião porque eu vi o projeto crescer desde o início até hoje. A música “Beam” é especial para mim porque prova que banda pode fazer músicas pesadas, mas também consegue criar uma balada calma, como se fosse um fim de tarde tranquilo em um lugar isolado, mesmo no meio de toda a confusão. Isso mostra que a banda não se prende a um único estilo e consegue surpreender.
A capacidade de mudar entre estilos faz com que a música deles seja mais interessante, proporcionando uma experiência única e envolvente.
12) “The Game”, do Starbenders
Originária dos subúrbios de Atlanta, Geórgia, a banda de rock Starbenders trilha sua jornada desde sua formação em 2013, quando a vocalista e guitarrista Kimi Shelter propôs a criação de um novo projeto a seu ex-colega de banda, Aaron Lecesne. Unindo forças com o guitarrista Kriss Tokaji e a baterista Emily Moon, a formação inicial da banda foi solidificada. Sob a orientação do ex-diretor musical e guitarrista de Lady Gaga, Nico Constantine, a Starbenders conquistou um contrato com a Institution Records.
A canção “The Game” dos Starbenders encapsula perfeitamente a essência avassaladora da banda, que se revela como um autêntico furacão de energia capaz de elevar os ânimos a níveis estratosféricos (risos). Nesse cenário musical, a banda não apenas se posiciona de forma assertiva, mas também exibe uma marcante personalidade sonora, caracterizada por uma fusão única de estilos que reflete uma identidade musical clara e uma força indiscutível.
13) “Bad Girl”, de Barrie James
Barrie-James O’Neill, originário de Glasgow, Escócia, é um talentoso cantor e compositor que iniciou sua jornada musical aos 14 anos.
Em 1 de fevereiro de 2014, O’Neill tomou a decisão de deixar a banda Kassidy, da qual era fundador, e embarcou em uma nova fase de sua carreira ao se mudar para Los Angeles. Nessa transição para sua carreira solo, adotou o intrigante nome artístico de Nightmare Boy. Essa mudança não apenas geográfica, mas também artística, marcou um capítulo significativo em sua trajetória musical, revelando sua busca por expressão individual e criatividade em sua nova empreitada solo. Hoje, em carreira solo o cantor assumiu de vez seu nome e segue lançando projetos autorais.
Gostaria de encerrar minhas recomendações com a música mais envolvente que ouvi recentemente. Barrie James conseguiu reunir todos os elementos que considero atraentes em uma canção: uma voz perfeita, instrumentação poderosa, pontes e transições incríveis. É uma música misteriosa que se integra de forma excelente ao restante do álbum, destacando-se como verdadeira arte.