Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., morreu em 2013. Uma década depois, a Galeria do Rock recebe a exposição “Chorão Eterno – 10 anos”, com um acervo de prêmios, fotos inéditas e itens pertencentes ao ídolo. Em entrevista ao Audiograma, o diretor de marketing da banda, Cleber Machado, fala sobre o legado deixado por Chorão e a expectativa em torno da exposição.
O ícone do skate e do rock nacional já tinha sido homenageado no documentário “Chorão: Marginal Alado”, lançado em abril de 2021; e agora conta com uma exposição exclusiva. A mostra foi idealizada pelo filho de Chorão, Alexandre Ferreira Lima Abrão (Xande), em parceria com a Nonstop Produções. Na abertura da exposição, que aconteceu no Dia Internacional do Rock (13 de julho), houve uma apresentação surpresa do artista DZ6 tocando “Dias de luta, dias de glória”.
Cleber e Xande quiseram mostrar uma parte do artista que era pouco conhecida pelo público: “O Chorão, antes de ser músico, era skatista. A gente é muito imerso naquela parte do rockstar, o cara da música. Mas, como eu também era skatista, entendia que muito do que ele levava pra música vinha desse meio”, diz Cleber. “A gente vem tentando mostrar o Chorão fora dos palcos — o linguajar, a forma como ele vivia na rua”. Segundo dados do Spotify, o Charlie Brown Jr. está no topo entre os artistas nacionais mais escutados do gênero.
A ideia partiu de uma mostra teste em modelo “walkthrough” que foi feita em Santos, no Layback Park, com o auxílio do dono do espaço e amigo pessoal de Chorão, Pedro Barros. Dado o sucesso de público, a exposição veio pra a capital de São Paulo com uma proposta e conteúdo mais intimista, com cartazes e fotos nunca divulgados, além de prêmios e a exibição da icônica camisa utilizada pelo vocalista no Rock in Rio Lisboa.
A intenção, segundo Cleber, é espalhar o legado do ícone ao redor do Brasil: “A gente vai fazer o mesmo modelo daqui. Ainda não estudamos muito bem os estados, mas a gente com certeza vai para o Rio de Janeiro, Florianópolis, Minas Gerais…rodar o Brasil todo!”.
Ele ainda afirma que a expectativa para a recepção da exposição em outros locais é bastante positiva, uma vez que em São Paulo a exposição atraiu um público bem diverso, incluindo visitantes de outras regiões do país.
Desde o início, a relação entre o diretor de Marketing e Xande foi bem transparente e respeitosa e teve como pauta o amor pelo Charlie Brown Jr. e o que Chorão representa para a música brasileira. “Achei muito legal a carta branca que o Xande me deu. A gente deixou combinado que o meu patrão era o Chorão. Tive uma liberdade de resgatar tudo que eu peguei das empresas onde já trabalhei, minha vivência tendo vindo do skate etc. Agradeci a ele por mexer em coisas tão especiais. Ele me levou pro apartamento do Chorão, pude ver as referências dele, tive acesso aos CDs do cara, às letras que ele escreveu. É muita responsabilidade, me sinto grato”, conclui Cleber.
Exposição “Chorão Eterno – 10 anos”
• Galeria do Rock – Av. São João, 439 – República, São Paulo – SP
• Em cartaz até o dia 28 de julho, sábado
• Quinta e sexta das 9h às 19h. Sábado, das 9h às 18h.
• Entrada gratuita