Em sua edição de estreia, o C6 Fest traz artistas também estreantes no país: o festival, que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, tem entre suas 20 atrações muitos músicos que nunca tocaram em terras brasileiras.
A proposta do festival é interessante: além de reunir uma grande quantidade de artistas inéditos no Brasil, haverá uma grande variedade de gêneros musicais apresentados no C6 Fest — os escalados do line-up cantam desde jazz e soul à música eletrônica e rock. Os artistas, que vêm de cerca de 10 países diferentes, se apresentam em três diferentes palcos no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, entre os dias 19 e 21 de maio; e também no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 20 de maio.
Com tantos artistas, fica até difícil decidir quais shows assistir durante os três dias do C6 Fest. Para te ajudar, te mostramos três artistas que tocam no C6 Fest e virão ao Brasil pela primeira vez que você não pode perder!
Black Country, New Road
Assistir ao show do Black Country, New Road será uma experiência: a banda não irá tocar músicas de seus dois primeiros discos nos shows.
Na ativa desde 2018, o grupo — formado por sete ingleses de Cambridgeshire, cidade do interior da Inglaterra — lançou seu primeiro disco (“For the First Time”) em 2021 e, em fevereiro de 2022, lançou o aclamado “Ants from Up There”.
O disco foi considerado um dos melhores do ano pela crítica (inclusive por nós do Audiograma), muito elogiado por suas faixas épicas, experimentais e ainda melhores que a do álbum de estreia e pela postura da banda no trabalho. Porém, quatro dias antes do lançamento, o vocalista Isaac Wood anunciou que estava saindo do grupo para cuidar de sua saúde mental. Por outro lado, os membros restantes deixaram a possibilidade de volta aberta para Wood e se comprometeram a não tocar mais músicas gravadas pelo grupo com ele como forma de respeito.
Então, o que sobra para a setlist do show? Bom, em 2023, a banda lançou no Youtube o Live at Bush Hall, a gravação de um show onde foram tocadas músicas inéditas, escritas especialmente para serem tocadas ao vivo e que não farão parte dos próximos álbuns de estúdio. Em março, o registro foi disponibilizado nas plataformas de streaming.
Por todos esses motivos, assistir ao BCNR será uma experiência, além de inédita, única.
Black Country, New Road é perfeito para quem gosta de Arcade Fire e Sufjan Stevens. O grupo toca no C6 Fest em São Paulo no dia 21 de maio, no palco Tenda; e no Rio de Janeiro no dia 20 de maio, um sábado.
Ouça para conhecer: Athens, France e Opus, do disco For the First Time; Basketball Shoes, The Place Where He Inserted the Blade e Mark’s Theme, do disco Ants from Up There.
Jon Batiste
Jon Batiste teve grandes adversários quando disputou o Grammy de Álbum do Ano em 2022: Olivia Rodrigo, Taylor Swift, Billie Eilish e até mesmo Kanye West concorriam com o estadunidense que, naquela noite, conquistou mais quatro das onze nomeações de seu disco “We Are”.
Apesar de ser sua primeira vez vencendo o prêmio mais importante da noite, com um disco de jazz e R&B que abordava os protestos do movimento Black Lives Matter, Jon Batiste não era desconhecido no circuito de prêmios: em 2020, ele já havia vencido um Oscar e mais um punhado de prêmios pela trilha sonora de Soul, feita em parceria com Trent Reznor e Atticus Ross. Quando isso aconteceu, ele já tinha mais de 15 anos de carreira.
Influenciado por artistas que vão de Louis Armstrong e Nina Simone a Stevie Wonder e James Brown, Jon Batiste tem o poder de transformar a mistura de jazz e pop em algo único, o que o fez ser elogiado e o levou a gravar com artistas como Prince, Madonna, Lana Del Rey e Lenny Kravitz.
Em sua primeira vez no Brasil, o cantor — que também é pianista — deve ir além de apresentar seu elogiado trabalho, trazendo ao palco também covers de artistas que o ajudaram a se formar musicalmente.
Quem gosta de Leon Bridges, Lianne La Havas e Black Pumas vai adorar conhecer o trabalho de Jon Batiste, que toca no C6 Fest em São Paulo no dia 20 de maio e no Rio de Janeiro na sexta-feira, 19 de maio.
Ouça antes de ir: o aclamado We Are, lançado em 2021, Candy Necklace, participação no novo disco de Lana Del Rey e Hollywood Africans, de 2018.
Weyes Blood
Weyes Blood lançou um dos melhores álbuns de 2019. “Titanic Rising”. Com sua influência setentista, letras sobre desilusões no século XXI e identidade visual única, poderia facilmente bater de frente com qualquer lançamento daquele ano e, desde que isso aconteceu, a cantora tem chamado ainda mais atenção dos fãs de música alternativa pelo mundo.
Porém, antes do disco ser lançado, Weyes — nome artístico de Natalie Mering — já tinha uma longa história no mundo da música: na ativa desde 2003, ela já foi baixista do Jackie-O Motherfucker, grupo de música experimental, foi vocalista da banda Satanized e, em sua carreira solo, já havia lançado três discos que haviam chamado atenção e sido elogiados pela crítica musical.
Titanic Rising representa o início de uma trilogia de discos que foi continuada com o elogiado “And in the Darkness, Hearts Aglow”, de 2022. São esses trabalhos que Weyes irá apresentar em sua primeira vez no Brasil, em um show que também vem sendo elogiado pela sua ambientação e a presença de palco da cantora.
Quem gosta de Lana Del Rey — com quem Weyes fez uma parceria no disco “Chemtrails Over the Country Club” —, boygenius e Caroline Polachek vai gostar de Weyes Blood. A cantora toca exclusivamente no C6 Fest em São Paulo no dia 21 de maio, no palco Tenda.
Ouça para conhecer: A duologia Titanic Rising, de 2019, e And in the Darkness, Hearts Aglow, de 2022, o EP Cardamom Times e You’re No Good, a surpreendente participação da cantora na trilha de Minions 2: A Origem de Gru.
O C6 Fest
A primeira edição do C6 Fest será realizada em São Paulo, nos dias 19, 20 e 21 de maio, e no Rio de Janeiro, nos dias 18, 19 e 20 de maio.
Além de Weyes Blood, Jon Batiste e Black Country, New Road, o C6 Fest contará com Caetano Veloso, Tim Bernardes homenageando Gal Costa, Xênia França, Samara Joy, Kraftwerk, Arlo Parks, Christine and the Queens e The War on Drugs em seu line-up.
Em São Paulo, o evento acontecerá no Parque do Ibirapuera e se dividirá em quatro espaços: a Tenda, que receberá as atrações principais, o Pacubra, nome dado pelo festival ao subsolo do Auditório do Ibirapuera; e tanto o espaço interno quanto externo do Auditório do Ibirapuera. No Rio de Janeiro, os shows acontecerão no Vivo Rio.
Os ingressos já estão à venda no site oficial do evento e custam de R$90 a R$3.500 para a edição paulista, e de R$250 a R$1400 para a edição carioca.