O Breve Festival aconteceu no último sábado (22) em Belo Horizonte e transformou o gramado do Mineirão em festa.
Em sua quarta edição, o evento contou com um line-up poderoso e o time do Audiograma foi ver de pertinho um dos festivais que fazem parte da história da primeira metrópole planejada do país.
Cheguei na terceira música de Alceu Valença e já dava pra sentir a energia maravilhosa desse artista a longas distâncias. Com um jeito carinhoso e único, Alceu entregou um show carismático, de personalidade e com um saudosismo que me faz sentir bem. Em “Garota Tropicana” e “Anunciação” meu coração ficou feliz por tanta gente vibrando e cantando. Algo atemporal.
A potência João Gomes
Depois, percorri a parte interior do Mineirão e fui prestigiar o grandíssimo João Gomes. A energia que senti foi a mesma de quando estive no Alceu. João é um artista talentoso, carismático e com uma humildade que nunca vi em um artista. Poder receber João Gomes e a magnitude do seu show é algo que eu gostaria de sentir novamente.
O show se iniciou com seus maiores hits e isso me deixou surpreso porque a grande maioria deixa isso pro grande final. Os convidados Gilsons e Don L deixaram a experiência muito mais gostosa.
Entre um show e outro, dava pra ver a grandiosidade de toda a produção por trás do Breve. Muita gente trabalha duro para que o festival funcione da melhor forma possível. O lounge, por ser uma área mais cara, ficava mais vazio (o que é normal). O restante do pessoal se espalhava em torno do Mineirão e da sua arquibancada.
Alcione: titã da música brasileira
Alcione chegou e você vê com seus próprios olhos por que ela é um titã da música brasileira. Deixou o público cantando seus maiores hits e sua presença de palco bastou só pela grandiosidade do seu talento.
Belo Horizonte foi agraciada pela arte poderosa de uma das maiores cantoras da música popular brasileira, que deixou o gigante da Pampulha rendido com seu vozeirão inigualável.
A primeira vez da Liniker em um estádio
Após esse ato extraordinário que foi Alcione, a nossa maravilhosa Liniker subiu aos palcos e deixou a plateia derretida com um set list impecável. Poucos artistas conseguem me emocionar como Liniker fez. Ela mostra com simplicidade uma energia tão gostosa e leve que se você fechar os olhos por alguns segundos acaba esquecendo que está em um festival de música.
Com “Baby 95”, “Lili”, “Antes de Tudo”, “Intimidade”, entre outras canções, ela entregou um show completamente energético. Inclusive, foi a primeira vez que Liniker cantou em um estádio e Belo Horizonte fez o possível para que ela se sentisse em casa e confortável. Não é à toa que Liniker foi a primeira mulher trans a receber um Grammy.
Qual o saldo do festival?
Me despeço do Breve já com os olhos na edição de 2024. Minha impressão foi que o festival consertou os erros da edição anterior – que deu o que falar na internet – e isso é um ponto muito positivo. A mudança da estrutura para dentro do Mineirão foi primorosa e muito bem organizada, mas para mim a única coisa que segue sem respostas é a troca de horários de todo line-up, que aconteceu inesperadamente; além dos cancelamentos de diversos artistas sem explicações.