Que a popularidade de Jão vem crescendo aos montes isso ninguém duvida. Mas talvez nem o mais otimista dos fãs pensaria que no terceiro álbum, o cantor esgotaria datas e mais datas em sua Turnê Pirata. E ontem, 03 de junho, foi a vez de Belo Horizonte.
Antes do inicio do show, era possível mensurar o tamanho da público que o aguardava na capital mineira pelo número de fãs identificados com bandeiras, faixas e óculos referenciando ao cantor ao redor do Expominas. Esses mesmos fãs perderam um pouquinho da paciência com os quase 40 minutos de atraso, mas tudo foi esquecido ao dar de cara com Jão em cima de um barco no palco. Toda a atenção – e celulares – foram voltados para o cantor que ao som de “Clarão” e muitos gritos, introduziu o show.
Com a performance do hit “Vou Morrer Sozinho”, grande sucesso do seu primeiro álbum Lobos, era possível sentir o local do show pulsando, e talvez pela falta de ritmo de shows pela pausa pandêmica de dois anos, a pessoa que vos escreve pensou em fugir dali, mas tudo certo! Não foi só com grandes hits que Jão fez o Expominas (que precisa muito de um telão!) explodir. Com “Você Me Perdeu”, música de seu último álbum, Jão puxa a galera para um momento mais calmo, com direito ao cantor tocando teclado.
Jão conta com o apoio de uma excelente banda. Destaque para as backing vocals Francine Môh e Marta Souza que brilham principalmente na parte acústica do show onde Jão canta “VSF”, “Imaturo” e “Coringa“. O cantor interage, brinca com os fãs sempre que possível, e ainda fez a “desfeita” com o público que pedia duas músicas que não fazem parte da setlist: “Fim do Mundo” e “Louquinho”. Dando a desculpa que não lembrava a letra, Jão dispensou com bom humor as sugestões.
Para fechar a noite, o cantor trouxe chuva cenográfica para “Olhos Vermelhos” e voltou para o palco com o bônus de “Idiota”, música de maior sucesso até então.
Jão faz chover. Jão consegue fazer piada com sua própria dor, e chama o público para o meio disso. Com hits sendo esgoelados pelos fãs e arrebatando os pais que estavam ali com o cover de “O Tempo Não Para”, Jão prova que o interior de São Paulo era de fato muito pequeno pra ele, e que ele pertence mesmo aos palcos de uma turnê esgotada pelas maiores capitais do brasil.