Eis uma seleção com novos clipes nacionais (ou quase) para você dar uma olhada aqui no Audiograma.
O primeiro deles é do quarteto paulistano DNSM, que segue amadurecendo sua sonoridade guiada pelo rock com acréscimo de sintetizadores e da música brasileira.
A banda prepara o caminho para a terceira e última parte de uma sequência de EPs temáticos e, após O Sistema e SOMA, o grupo anuncia a chegada de Despertar, que estará disponível nas plataformas digitais no dia 03 de junho.
Como aquecimento, o quarteto formado por JJ Zen, Deborah, Mr. Rocha e Hypernoise libera a inédita “O Tempo”. A faixa ganha um clipe, realizado pela OFilme Produções, onde um personagem de um cenário distópico passa seus dias entre atividades banais, fundido a uma tela de TV e sem perspectiva de futuro. “Ao perceber que o tempo é ilusão, o homem adquire controle sobre suas necessidades e desejos. Tudo é temporal e nada é eterno”, resume o grupo.
Formada em 2018, as influências de DNSM vão de Depeche Mode a Secos e Molhados, Mutantes a Chemical Brothers. Entre guitarras, vocais e synths, os integrantes prezam pelo minimalismo e constroem suas melodias atmosféricas acompanhadas de letras onde temas atuais – como o consumismo em excesso e as desigualdades sociais – ajudam a construir a narrativa.
Depois de chamar atenção com uma personalidade franca e bem humorada em seu canal de YouTube, a dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe Life, dá continuidade à carreira como cantora exibindo com orgulho seu posicionamento.
Após alguns singles, a novidade da vez é “Tu Votou em Quem? (Funk do Lula)”, um som brasileiríssimo, onde a artista condiciona a escolha dos parceiros à afinidade política. A faixa ganha um clipe igualmente irreverente e chega às principais plataformas de música.
Fefe usou como inspiração o período em que esteve solteira no Rio de Janeiro. Após visitar a cidade e decidir não usar a passagem de volta para casa, ela acabou trabalhando inicialmente no hostel onde se hospedou. Ao conhecer alguém novo, Frederikke sondava sua opinião sobre temas que considera inegociáveis. Agora, ela está casada com um brasileiro e tem um filho carioca, porém seus princípios não mudaram.
“O posicionamento fala muito sobre uma pessoa. Eu, por exemplo, sou muito a favor dos direitos LGBTQIA+ e se uma pessoa não for, eu não vou querer beijar essa pessoa porque é um valor super importante para mim. Mesmo que digamos que política e amizade não devem se misturar, acho que pode sim misturar, dependendo do candidato e o quão extremo ele é. Eu peguei esse assunto e produzi um funk bem brincalhão, falando do assunto do modo que eu sei contar, com música. Eu acho que podemos ainda usar música para nos posicionar”, resume Fefe.
Parte dos lucros do single durante o seu primeiro ano serão doados para a CasaNem do Rio de Janeiro, um espaço de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social.
A cantora e compositora Kadri lançou no fim de abril a faixa “Feminine gender”, que chega acompanhado de videoclipe.
Natural de Mauá, São Paulo, Kadri traz uma música com as batidas do trap e influências jamaicanas na linguagem e no sample. “O single resgata a força feminina direto da sua fonte, com muito empoderamento e força. Quis trazer essa referência para o gênero Trap, numa estética ancestral e ao mesmo tempo contemporânea”, conta a cantora.
A artista conta que a música jamaicana sempre foi sua primeira referência e que deseja passar sua mensagem através da letra e do audiovisual, de uma forma contemporânea. “Me inspirei em uma faixa que sempre tocava nos bailes, na época do som de vinil, chamado feminine gender, cantado por “Ranking Ann”, uma mulher jamaicana. Essa música fala sobre o gênero feminino e que nós podemos e somos tão fortes na vida e boas na música quanto os homens”, completa.
Dobra de voz, harmonia vocal, guitarras repletas de fuzz, batidas marcantes e groove no baixo. Esse é o segredo da recém-formada Querela, quarteto stoner de Brasília que estreia com o single “Submission”.
Com um riff potente e grudento aliado ao refrão aberto e explosivo, o single está disponível nas principais plataformas de streaming. Na letra, a banda fala sobre alguém que não tem identidade e é submisso a estereótipos.
A faixa ganha também um clipe que remete aos clássicos audiovisuais underground da década de 90, com a banda tocando em uma sala e câmeras dinâmicas com foco nos músicos – tudo para a música ficar, mesmo, em primeiro plano. A direção é de Rui Rodrigues e produção da NoveZeroUm Vídeo.
Produzida por Xicão Vasconcelos, da banda Toro de Brasília, “Submission” mostra toda a imersão da banda no rock alternativo dos anos 90 e começo dos 2000. O quarteto formado por Rodrigo Ribeiro (bateria), Bruno Pires (baixo), Raul Lisboa (guitarra) e Gustavo Vellame (guitarra base e voz) traz, neste processo, muito da efervescência do grunge e do stoner daquelas épocas. Não à toa, a banda começou em 2017 tocando covers de Incubus, Audioslave, Royal Blood e Stone Temple Pilots e, em paralelo, a Querela era moldada com influência de Quicksand, Thrice, Failure e Sparta, entre outros nomes.