Foram anos até que o Rhythm n’ Blues, mais conhecido como R&B, recebesse então o destaque merecido em terras brasileiras. O toque do “jeitinho brasileiro” por outro lado, já tinha sido firmado, com artistas como Cassiano, Jorge Ben, Djavan, Tim Maia, Sandra de Sá e até a galera do Pagode 90 (já te conto sobre isso aqui).
Pode parecer estranho falar desse time como nomes do R&B, mas se tirar a MPB e samba fundo de quintal da fórmula musical, sobra então os cantos melódicos, marcantes no gênero nascido nos Estados Unidos de 1940.
O R&B é uma mistura de elementos e sonoridades, que diferente do que se imagina, apresenta várias vertentes como outro estilo musical qualquer. Ele surgiu de uma fusão do blues com o jazz, um pouco de gospel, pop, hip hop, funk e soul, mas o que realmente é identitário no gênero são seus cantos melódicos.
Com o desenvolvimento da música brasileira, o crescimento do rap e a democratização do fazer musical, alguns artistas passaram a reivindicar o lugar do R&B na mesa dos holofotes, gravadoras, mídia e, consequentemente, dos ouvintes. E não seria muito difícil cativar um dos povos mais amorosos do mundo, com uma musicalidade regada à dengo, amor e safadeza. Os brasileiros entraram de cabeça na onda do R&B.
Pagode 90 é R&B e eu posso provar!
Porque fala sério, né? No canto melódico o Brasil dá o nome.
O que Art Popular, Exaltasamba, Os Travessos e KLB, entre outros cantavam nos anos 90 era o nascimento do que viria a ser Ritmo e Blues BR meu povo! E aquela do Sampa Crew? Era o mix perfeito, pagode, rap e R&B romântico em um só lugar.
Reconheça antes que o tempo passe:
A verdade é que o R&B sempre esteve direta ou indiretamente nas nossas vidas, a gente só não sabia. Nossos hábitos de consumo musical carregam muito do melódico romântico. E é tudo R&B, inclusive pela estética.
Só que no apagamento ninguém encontra seu lugar ao Sol, né. Foi assim que o R&B ficou até que ganhasse lugar na mídia com seu próprio nome, através da leva contemporânea. Alt Niss, Yoún, Fabriccio, Bivolt, Iza, Luccas Carlos, Tássia Reis, Budah… essa galera estampou R&B brasileiro no peito e foi para a indústria, finalmente chamando os holofotes para o gênero.

Sim…mas onde entra essa história de Bahia no R&B?
Ainda vivemos uma construção do gênero brasileiro propriamente dito, sem se esconder através de outros estilos. Mas isso não impediu que a Bahia começasse a “dar o corre” para firmar sua identidade em um R&B com a pegada baiana, algo que a cantora Melly e o produtor musical Manigga têm chamado de R&B com B de Bahia.
Como a maioria dos cantores e compositores R&B, Melly também têm influências do jazz, blues e soul. Mas como boa artista baiana, na sua música, Melly também bebe da fonte das células musicais do samba-reggae, do pagodão, do toque Ijexá e percussivo característico da Bahia. Melly, de 20 anos, através das suas referências e últimos lançamentos, têm pautado a construção de um R&B com B de Bahia. E ela não está sozinha!
Duquesa e Rachel Reis de Feira de Santana, Vuto, Jessé Cruz, Kafé, Fiteck, Liz Kaweria, Murilo Chester, e é claro, Melly e produtor musical Manigga. O R&B baiano está tomando forma através desses novos nomes. A junção das múltiplas influências, o sotaque e a linguagem característica da terra, é o marcador mais bonito da identidade baiana abrindo espaço no gênero norte americano que só cresce nas plataformas de música, o R&B.
Você ainda tem dúvidas?!

Conheça o R&B com B de Bahia!
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