Se algumas pessoas aproveitaram os primeiros meses de lockdown como uma perspectiva de férias, não foi o que aconteceu a dupla francesa Baraka. O nome é emprestado do árabe marroquino e tem o significado “boa sorte”, que não poderia ter caído melhor para a banda: no momento em que o mundo virou de cabeça para baixo, foi o momento em que Noah e Sarah se uniram para fazer música.
Quando se fala em eletrônico, muitas vezes a primeira imagem que vem à cabeça é aquela batida viciada, de bateria servindo principalmente para dar tempo à música. Não é o que acontece com esse projeto.
Classificando-se como “filhos dos anos 90”, Baraka traz um som autêntico que remete às noites parisianas. Entre batidas repetitivas e som ácido, a madura voz de Sarah se destaca por seu timbre mais grave e comedido — diferente de estilos musicais primos como o chipmusic, que abusam da voz aguda e rasgada.
Novos no circuito, o duo tem apenas dois singles lançados, Panguipulli e Half Faces, ambos de 2021. Dignas da festa Masterplano em Belo Horizonte. Ambas valem-se da estrutura de club music, mas diferem em sua totalidade: os tempos marcados são conduzidos pela voz de Sarah no primeiro single, enquanto sua voz se torna um plano de fundo para a melodia que a acompanha.
Fugindo do estereótipo, Baraka é uma ótima pedida para quem quer conhecer um eletrônico que flerta com décadas anteriores, indo da agitação de uma festa à calmaria do fim da noite.
Você pode ouvir os singles lançados no Spotify: