Beatmaker? Rapper? Produtor? Bom, quando estamos falando de Exodus, músico francês, é possível utilizar todos esses adjetivos. Um artista que se atenta aos detalhes, com uma produção minuciosa. Mas afinal, quem é ele?
Desde 2008 trabalhando com diversos projetos artísticos, Exodus é um dos artistas mais ativos na cena alternativa de Lyon, cidade do leste da França. O mesmo começou como dançarino na Kadia Faraux, uma associação que realiza criações coreográficas e desenvolve a cultura do hip-hop na região. Ao mesmo tempo, naquela época, o músico já se mostrava um artista versátil, também participando do grupo de hip-hop FlowFight, sendo o responsável pelos beats.
Com o decorrer dos anos, Exodus acabou se tornando importante na cena de hip-hop independente da França, colaborando com diversos artistas relevantes nesse contexto, como Le Jouage, Lucio Bukowski e o coletivo Lyonzon.
Nos últimos dois anos, Exodus vem querendo dar passos maiores; o mesmo vem conquistando seguidores no SoundCloud, e lançando diversos singles desde 2019. Entre eles, vale destacar “Amour”, colaboração com o duo Erotic Market. A melodia combinado com um vocal belíssimo, fazem o ouvinte lembrar de grandes nomes do trip-hop, como Massive Attack e Morcheeba.
Porém, o grande ponto da carreira de Exodus até agora é o seu LP recém-lançado: Zangbeto. O nome do álbum é inspirado nos guardiões vodu da noite na religião ioruba, muito populares no Benim, Togo e outros países do oeste da África. Sabendo disso, fica mais fácil entender a grande influência que a música dessa região tem nas suas batidas, que crescem conforme a melodia se transforma.
Além disso, o álbum explora outras sonoridades, como o techno, o rap, o grime e o house. O grande destaque do registro vai para “Allada”, canção que leva em seu nome uma comuna e cidade do Benim, grande inspiração para o disco. A faixa tem uma vibe reflexiva, com beats e sintetizadores que se misturam em camadas sonoras densas e criativas.
Assim, ao escutar Zangbeto, fica difícil não imaginar Exodus conquistando novas fronteiras. O músico prova com seu som que é possível criar uma musicalidade coesa sem deixar de ser experimental e atravessar novos ritmos. Sendo assim, vale muito a pena acompanhar o artista e ficar de olho em seus próximos trabalhos.