Junte três amigos, algumas cervejas, um estúdio e tenha como resultado um álbum.
Foi com essa fórmula que Jáder, Guilherme Assis e Ian Medeiros começaram a Mulungu que, recentemente, lançou sua nova música de trabalho “A Boiar”.
Inspirada pelo nordeste e por artistas que vão de Gal Costa e Linn da Quebrada à Dan Auerbach, do Black Keys, a banda tem o lançamento de seu primeiro disco, O Que Há Lá, programado para janeiro.
Tive a oportunidade de fazer algumas perguntas sobre abanda e o processo de gravação do álbum para o Guilherme Assis e vocês podem conferir a nossa conversa agora.
Como vocês se conheceram?
Eu e Jáder tínhamos uma banda anterior a Mulungu, chamada Projeto Sal. Já tínhamos uma certa sintonia, mas nunca tínhamos explorado compor juntos. No começo de 2018 começamos a caminhar com nossas composições e formamos uma rotina baseada nessa atividade.
No meio do processo, Ian, que é de Natal, no Rio Grande do Norte, veio visitar o pai em Recife e me chamou para nos encontrarmos e tomarmos uma cerveja. Jáder terminou indo para o encontro. Após algumas cervejas, nós três tivemos a ideia de ir conhecer o Zelo Estúdio e, nesse primeiro encontro, já saímos com uma faixa composta e gravada.
Essa sintonia foi surpreendente e inspiradora e eis que nós resolvemos nos juntar pra fazer o disco.
Qual a inspiração por trás do nome da banda?
Tem várias histórias atrás do nome Mulungu. Uma delas é que é o nome de uma cidade no brejo paraibano onde a família de Jáder tem uma fazenda, além de ser o lugar onde iríamos fazer a pré-produção do disco antes de Ian entrar nas nossas vidas. Terminou que quando ele entrou, nós fomos pra Natal e fizemos a pré-produção e gravação das baterias na cidade.
A segunda história é que Mulungu é uma árvore que contém propriedades terapêuticas e ansiolíticas na casca, que terminam se conectando muito com o que nossas músicas e letras passam, e achamos que essa conexão não era por acaso.
E a terceira foi que a gente descobriu, depois de já termos escolhido o nome da banda, que a cidade de Mulungu tem uma distância quase que igual tanto para Recife quanto para Natal.
Quais são os artistas que inspiram vocês a fazer música?
É muito difícil citar poucos artistas levando em consideração o ambiente fértil em que vivemos.
O nordeste sem dúvidas é um ambiente que nos inspira diariamente, com o qual nós nos identificamos e dialogamos quase que o tempo todo. Mas, sem dúvidas artistas como Gal Costa, Tom Zé, Linn da Quebrada, Siba nos inspiram, assim como Nigel Godrich, Dan Auerbach e Danger Mouse também são bem presentes no nosso trabalho.
Como foi o processo de composição e gravação do disco “O Que Há Lá”?
As canções foram quase todas compostas por Jáder e eu, com exceção de uma que foi composta pelos três integrantes. Quando as canções já estavam bem estruturadas, os recifenses da banda foram para Natal começar o processo de pré-produção e produção do disco.
Foi um momento bem importante onde as músicas começaram a ter uma identidade juntamente com a banda. Tamém foi o momento em que gravamos todas as baterias do disco.
Depois as músicas passaram um tempo de maturação dentro de estúdio, onde eu fui experimentando, encontrando um caminho e uma particularidade para cada uma delas.
Em janeiro deste ano gravamos todas as vozes e participações.
O que devemos esperar das próximas músicas que vocês lançarem?
Ao ouvir o disco, quem já vem acompanhando o trabalho da gente vai ver que temos muito mais pra dizer e que o álbum mostra outros ambientes até então não mostrados por nós.
As discussões na parte das letras se aprofundam muito mais e, sonoramente, vamos de uma paisagem mais sútil e minimalista da música eletrônica até à agressividade do rock’n’roll.
Fora isso, tem uma faixa que vai contar com participações especiais de Una e Luna Vitrolira.